quinta-feira, março 30, 2006

Faltam peças na conclusão do ‘puzzle’ do Metro

Póvoa Semanário


Miguel Pinto


No programa ‘Marés Vivas’ da Rádio Mar (89FM), David Santos e Paulo Costa saudaram a chegada do metropolitano de superfície à cidade da Póvoa de Varzim mas deixaram alertas quanto a lacunas evidentes nesse projecto. Em paralelo analisaram o contexto político local no executivo poveiro e as mudanças nos principais partidos do concelho

1- O metro de superfície já chegou à Póvoa, mas ainda é, a vários níveis, uma obra incompleta. Como é que perspectivam o epílogo desse projecto? Será possível a sua extensão até ao centro intermodal a localizar na zona de Barreiros?

2- Luís Diamantino (PSD) e Renato Matos (PS) assumiram a liderança das Comissões Políticas Concelhias dos dois principais partidos na Póvoa. O que é que podem representar estas alterações no figurino político poveiro?

3- Como é que caracterizam o relacionamento entre PS e PSD no executivo municipal?

David Santos
1- "Temos que estar satisfeitos pela inauguração do troço que faltava e que mais directamente nos dizia respeito. Para os utilizadores frequentes a conclusão da linha era fundamental, mesmo que nesta fase ainda se notem vários problemas. Não podemos esquecer que, durante quase quatro anos, essas pessoas enfrentaram grandes dificuldades nas deslocações para o Porto, o que agora deixará de se verificar. Ainda assim não deixa de ser estranho que as questões relacionadas com as novas carruagens 'Traim-Train' ainda não estejam completamente resolvidas, tal como não deixa de ser estranho que algumas obras de beneficiação urbana não tivessem também já resolvidas.

2- Em relação ao centro intermodal de Barreiros, penso que nada ainda está decidido. Foi o próprio ministro quem o referiu, para mal dos poveiros em geral, o que indicia que esse projecto poderá ficar nas calendas. Por isso, penso que a Câmara Municipal terá que adoptar uma posição de força junto do governo, fazendo ver que esse centro intermodal será fundamental para a Póvoa de Varzim como cidade e como concelho.

" Penso que ambas as personalidades foram duas boas escolhas: Luís Diamantino é alguém que, pelo facto de estar no poder autárquico há vários anos, tem grande visibilidade pública o que lhe facilita um maior reconhecimento por parte da população permitindo-lhe capitalizar, no bom sentido, alguns dividendos políticos. Ainda assim, continuo a achar que o PSD na Póvoa é um partido vazio e que vive exclusivamente à sombra da Câmara Municipal e em especial à sombra de Macedo Vieira.
Renato Matos é um jovem com ambição e que já demonstra uma assinalável experiência política. Teve um percurso sempre ligado aos órgãos locais, distritais e nacionais da Juventude Socialista, assumindo já há três mandatos o lugar de deputado municipal com intervenções assíduas e sempre bem estudadas e fundamentadas. É uma pessoa capaz, competente e que busca sempre soluções consensuais no interior do PS. Penso que está a tentar transmitir uma mensagem de disciplina no interior do partido e não uma mensagem de ruptura com o passado. "

3- "É natural que, de parte a parte, haja uma demarcação de terreno, até porque os vereadores do PS recusam, e bem, assumir um papel de meros observadores que já por algumas vezes lhes foi atribuído por Macedo Vieira. O PSD ganhou as eleições, é certo, mas o PS elegeu três vereadores que representam uma parcela significativa da população poveira. Isso tem que ser respeitado pelo presidente da Câmara que, dessa maneira, evitava um clima sistemático de crispação que, na minha opinião, não está a ser bem compreendido pela população e que, no futuro, poderá ser penalizador quer para Macedo Vieira, quer para Silva Garcia. A verdade é que os vereadores do PS têm feito os trabalhos de casa e apresentam-se bem preparados nas reuniões do executivo, onde têm apresentado ideias e propostas alternativas, demonstrando que quando o PS se apresentou às eleições fê-lo de uma forma sustentada e com um projecto alternativo."

Paulo Costa
1- "Penso que se trata de uma importante mais-valia para a cidade e para todo o concelho. Esta ainda é uma fase que tem várias arestas para limar e que, por isso, está a suscitar algumas queixas ao nível dos tempos de viagem, dos tarifários e das obras de requalificação paisagística nas imediações da linha. No futuro, penso que as novas carruagens vão diminuir claramente essas queixas e acredito também que a empresa do metro irá ter em conta os preços praticados, em especial para os estudantes e reformados. Quanto às obras de reinserção urbana, é algo que está a verificar-se e que levará o seu tempo. No essencial, penso que o pior já terá passado.
Quanto ao centro intermodal de Barreiros, não há dúvidas em relação à sua importância. É uma estrutura fundamental para ligar todas as freguesias do concelho e até para captar as populações de Esposende e de Viana do Castelo. Por tudo isso acredito que a Câmara Municipal, tal como o tem vindo a fazer, vai continuar a lutar por esse projecto mesmo que não seja fácil conseguir convencer o governo nesse sentido. Repare que agora não faltam exigências de quase todos os municípios envolvidos no projecto do metro."

2 - "Tratam-se de duas figuras bem conhecidas, mas com modos de actuação diferentes. No PSD, Luís Diamantino, que conhece muito bem os meandros da política local, deverá adoptar uma política de continuidade assente numa equipa renovada que se pretende implantar ainda mais nas freguesias do concelho. Ao contrário do que diz o David Santos, não penso que o PSD se esgote na actuação da Câmara Municipal, apesar de reconhecer que é a Câmara Municipal que tem dado maior visibilidade ao PSD. O trabalho que tem vindo a ser realizado na autarquia é o resultado da actuação das pessoas eleitas pelo PSD no projecto que o partido apresentou à população e que voltou a ser sufragado nas últimas autárquicas.

Por outro lado, Renato Matos é uma pessoa ainda jovem mas que revela já uma experiência política assinalável. Fez-se rodear de pessoas de qualidade e, com o sangue na guelra que também o caracteriza, pretende fazer crescer o PS, em especial nas freguesias que é onde se costumam ganhar as eleições autárquicas. Pelo seu discurso, acredito que Renato Matos quer deixar bem vincada a sua posição no interior do partido, e rentabilizar os resultados obtidos nas últimas autárquicas, nas quais o PS conquistou duas Juntas de Freguesia. Em suma, antevê-se um período interessante ao nível do combate político local."

3- "É um facto que a nova composição do executivo reforçou a presença do PS. Por outro lado, Silva Garcia é um elemento com outro peso, com outra visibilidade pública e que tem chocado sistematicamente com Macedo Vieira. Por isso, não me admira a turbulência que tem vindo a ser sistematicamente noticiada na comunicação social após as reuniões do executivo. Importante é que haja elevação e não crispação política apesar dessas sucessivas marcações de posição, quer de um lado, quer do outro, serem compreensíveis nestes primeiros meses de mandato.
Durante os oito anos em que estive na Câmara Municipal como vereador do PSD eu testemunho que o meu partido aprovou várias propostas da oposição. Por isso, o que eu acho importante é que se trabalhe: o PSD no trilho do seu programa eleitoral e o PS na apresentação das propostas que entenda serem convenientes para os munícipes. Depois logo se vê o resultado."

"Estado deve controlar Metro do Porto"

Diário de Notícias



O ministro das Obras Públicas assumiu ontem, no Parlamento, que o Estado deve ser maioritário no capital da empresa Metro do Porto (MP). Mário Lino, que se deslocou à Comissão parlamentar respectiva para debater questões relativas às derrapagens de custos e de prazos nas várias linhas de metropolitano do País, referiu que no caso do Porto está neste momento a funcionar uma comissão incumbida de estudar a sustentabilidade financeiras da extensão do projecto.

Apesar de não antecipar as conclusões desta comissão, o ministro frisou que será quase inevitável que a Metro do Porto tenha um aumento de capital, sendo nessa fase que, em seu entender, o Estado deve vir a ter a maioria, uma vez que já tem "a maioria das responsabilidades". Mário Lino deixou bem claro que se trata de "uma decisão política", que terá de ser alvo de negociações entre a Junta Metropolitana do Porto e o Executivo, e disse que a Comissão que está a estudar a sustentabilidade do projecto de prolongamento do metro do Porto terá o seu trabalho pronto dentro de pouco tempo.

Já sobre o Metropolitano de Lisboa, o governante considerou que o aumento de custos se situa em torno dos 10 %. Segundo Mário Lino, existe na verdade um relatório do Tribunal de Contas em que se fala num acréscimo de cerca de 60 % do custo da expansão do metropolitano, uma vez que aos 210 milhões do projecto inicial se somaram mais cerca de 128 milhões. Só que, frisa o ministro, se estas contas estão correctas, não contemplam os chamados preços constantes. Se o fizessem, ver-se-ia que o aumento de custos a preços constantes é da ordem dos 10 %.

Mário Lino fez questão de referir igualmente que a derrapagem de custos e de prazos é um problema de todas as grandes obras públicas, a que o Executivo está a prestar especial atenção, dada a mudança de enquadramento legal (ver caixa). Mas, disse, mesmo com as regras anteriores, o Executivo teve o cuidado de obrigar as empresas a um maior "rigor" numa série de matérias.

Questionado pelo deputado social-democrata Luís Rodrigues sobre a situação do Metro Sul do Tejo, a secretária de Estado dos Transportes afirmou que está neste momento a ser desenvolvido um trabalho de negociação entre a empresa concessionária e o Executivo para avaliação dos sobrecustos provocados pelos atrasos no processo, em boa medida originados por entraves colocados pela Câmara de Almada.

Ana Paula Vitorino referiu que a empresa concessionária e o próprio Estado têm já ideias concretas sobre os sobrecustos originados pela posição da autarquia, considerando não se poder "revelar os números em concreto, por se estar em fase de negociação". A secretária de Estado e o ministro das Obras Públicas lembraram todo o processo, designadamente o protocolo inicial assinado por várias autarquias, incluindo a de Almada.

Ana Paula Vitorino deixou bem claro que o Executivo não deixará de avaliar quem tem responsabilidades pelo aumento de custos nas obras, referindo que, se todos concordam que é da máxima utilidade que existam parques para automóveis, as autarquias não podem exigir que seja o Estado ou as empresas concessionárias a custearem a sua construção, quando tal não estava previsto no protocolo inicialmente aprovado. C

terça-feira, março 28, 2006

Metro do Porto quer descontos para desempregados

Jornal de Notícias




Hugo Silva

Opresidente da Comissão Executiva do Metro do Porto, Oliveira Marques, defendeu a necessidade de implementar descontos nos bilhetes para desempregados. O tarifário social do título andante deverá entrar em vigor até ao início de Maio, mas só prevê reduções para estudantes, reformados e crianças. "Vamos sentir a necessidade de incluir o segmento dos desempregados. Não sei qual será a solução, mas temos de a encontrar, ou o metro tornar-se-á num factor de exclusão social e isso não pode acontecer", subinhou Oliveira Marques, na sessão de apresentação de um estudo sobre o perfil do utente, no qual foi revelado que a maioria dos clientes são mesmo pessoas das classes mais elevadas (média, média alta e alta).

O presidente da Comissão Executiva da Metro do Porto revelou, ainda, a necessidade de alterações ao tarifário, nomeadamente com a criação de mais títulos e a adopção de maior flexibilidade. No fundo, fazer com que os clientes "só paguem aquilo que, de facto, utilizam". Exemplo disso é a assinatura mensal, conforme explicou OliveiraMarques mesmo que o cliente não use o metro durante alguns dias, paga como se efectuasse as viagens.

Ainda assim, o responsável lembrou os dados do inquérito (elaborado pelo Instituto para o Desenvolvimento e Investigação em Marketing), que indicam a economia de dinheiro como um dos principais factores que levam as pessoas a optarem pela utilização do metro (logo a seguir à rapidez). Mas se a rapidez, a pontualidade e a frequência de passagem dos veículos são os pontos fortes do serviço apontados pelos utentes, somaram-se as queixas relativas às condições das estações de superfície.

"São desconfortáveis"

"A solução não é feliz. As estações de superfície podem ser muito bonitas, mas não são funcionais. São desconfortáveis e, num caso, as máquinas de validação estão escondidas", concordou Oliveira Marques. "É o perigo de nos submetermos à ditadura dos arquitectos", sustentou, referindo que os projectistas deverão ter maior "flexibilidade" para conjugar a estética com a funcionalidade.

"Alguma coisa tem de ser feita", continuou, admitindo que será necessária uma rectificação ao projecto original das estações.

E em vias de conclusão estão os trabalhos de rectificação (recuo) do muro da Escola Superior de Enfermagem do Porto, tendo em vista a abertura da Linha Amarela até ao S. João.

Segundo Oliveira Marques, a operação comercial até ao hospital deve avançar já na próxima sexta-feira. O dia em que os veículos também começarão a tranportar passageiros entre o Fórum da Maia e o ISMAI. A Linha Verde, por agora, fica completa, uma vez que ainda não há autorização do Governo para a duplicação da via até ao concelho da Trofa. "A operação na Linha Verde, até ao ISMAI, deverá arrancar às 16 horas, sem cerimónia oficial de inauguração", esclareceu Oliveira Marques, sublinhando, porém, que a Câmara da Maia pretende assinalar o momento.

Com a primeira fase da rede quase terminada, Oliveira Marques aproveitou a opinião favorável dos clientes (o índice global de satisfação com o serviço é de 79,3%, subindo 1,5% face ao ano passado) para deixar o desabafo em tom de desafio "Com estas conclusões, o metro sabe a pouco. É natural que as pessoas digam que devia haver mais rede".

segunda-feira, março 27, 2006

Metro do Porto chega ao Hospital de S. João

Portugal Diário


2006/03/27 | 20:05


O troço da Linha Amarela do Metro do Porto entre o Pólo Universitário e o Hospital de S. João entra sexta-feira em funcionamento, anunciou esta segunda-feira o presidente da Comissão Executiva da empresa, Oliveira Marques.

Aquele responsável referiu que tudo está a ser feito para que a entrada em funcionamento deste troço ocorra em simultâneo com a do último troço da Linh a Verde, entre o Fórum da Maia e o ISMAI-Instituto Superior da Maia, que está marcada para as 16:00 de sezta-feira.

Oliveira Marques referiu que a entrada em funcionamento se efectuará «sem qualquer cerimónia especial».

A entrada em funcionamento do troço da Linha Amarela entre o Pólo Unive rsitário e o Hospital de S. João vem completar a Linha Amarela no concelho do Po rto, ficando ainda por concluir, em Gaia, o último troço desta via, entre a Câmara de Gaia e a estação João de Deus.

Aquele responsável anunciou ainda a inauguração da Linha do Aeroporto (ramal que ligará a estação Pedras Rubras, na Linha Vermelha, ao Aeroporto Sá Carneiro) para finais de Maio.

Oliveira Marques falava durante a apresentação dos resultados do Inquérito sobre o Perfil e Grau de Satisfação dos Clientes do Metro do Porto, que revela uma melhoria relativamente ao ano anterior.

O inquérito, realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento da Investi gação em Marketing (IDIM), apresenta um grau de satisfação dos clientes do Metro do Porto de 79,3 por cento, apresentando uma melhoria de 1,5 pontos percentuais relativamente ao ano anterior.

Metro do Porto teve resultado negativo de 71,33M€ em 2005

Diário Económico


2006-03-23 20:30


DE com Lusa


A Metro do Porto teve em 2005 um resultado negativo de 71,33 milhões de euros, atribuível ao elevado investimento realizado na construção da rede, revela o relatório de contas da empresa, hoje publicado.

Do relatório destaca-se o reforço da componente operacional da actividade da empresa, devido ao crescimento da rede em operação comercial.

O elevado investimento da construção da rede é, por sua vez, responsável pelo crescimento do activo imobilizado, que relativamente a Dezembro de 2004 apresenta um acréscimo de 29,9%.

O capital próprio cresceu 21,3% em resultado das comparticipações recebidas do Estado e dos fundos comunitários.

Quanto à conta de exploração do Sistema de Metro Ligeiro, evidencia uma margem bruta negativa de 11,5 milhões de euros e uma margem líquida deficitária de 41,1 milhões de euros, o que representa, respectivamente, agravamentos de 19,2% e de 47,6%.

O relatório revela ainda que o Sistema de Metro Ligeiro apresenta um custo operacional de 2,97 cêntimos por lugar/quilómetro oferecido (o que representa uma melhoria de 16,4% relativo ao período homólogo anterior) e de 22,52 cêntimos por passageiro/quilómetro (menos 29,6% que em igual período de 2004).

Onde o Metro do Porto perde mais dinheiro é no Funicular dos Guindais (que liga as zonas da Ribeira e da Batalha), que representa um custo operacional de 71,78 cêntimos por lugar/quilómetro oferecido e de 5,22 euros por passageiro/quilómetro transportado, o que reflecte agravamentos da ordem dos 44% e dos 35%, respectivamente.

As contas das Metro do Porto integram, pelo método de consolidação proporcional, as contas dos Transportes Intermodais do Porto, Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) que é a entidade responsável pela gestão do sistema Andante, bilhete único dos transportes colectivos do Porto.

O capital dos TIP é detido, em partes iguais pela Metro do Porto, pela Sociedade de Transportes Colectivos do Porto e pela CP.

domingo, março 26, 2006

Opiniões sobre o metro

Póvoa Semanário


João Costa 18 anos Estudante
"Moro na Póvoa e utilizo diariamente o Metro para me deslocar até ao Instituto Superior de Engenharia – ISEP – local onde estudo - e considero que a situação está bem melhor. Ainda não utilizei o Expresso, que apenas pára em Vila do Conde e Pedras Rubras, e, por isso, penso que a viagem é, um tanto ou quanto, demorada, dado o excessivo número de estações em que o veículo pára. Além disso, parece-me que existe uma distância muito curta entre todas as paragens, o que não se justifica. Mas analisando os prós e os contras, este é, sem dúvida, um meio de transporte bem melhor do que os autocarros que faziam os chamados 'percursos alternativos'. Só lamento que, agora, demore mais 20 minutos do que anteriormente para chegar ao pólo universitário. Mesmo assim, defendo que este meio de transporte é melhor,e, acredito que melhore quando vierem as novas carruagens".

C. Pereira 31 anos Restauração
"Sou um utilizador habitual da linha vermelha da Metro do Porto. Não tenho razões de queixa dos transportes alternativos, pareciam-me uma excelente solução, agora que a linha da Póvoa entrou em funcionamento regular, saio prejudicado pois a paragem das camionetas ficava perto de minha casa, algo que não acontece actualmente. Existe mais um ponto em que os alternativos saíam claramente a ganhar em relação às carruagens actuais, eram, sem qualquer dúvida, mais rápidos a chegar aos seu destino. Essa maior demora deve-se ao excesso de estações, uma decisão que não consigo compreender. Sempre que o veículo arranca já está a parar outra vez o que torna a viagem extremamente cansativa. Para além disso, não considero que o veículo actual seja confortável. Já tentei encontrar uma alternativa que me permita evitar esta viagem de cerca de uma hora mas, até ao momento, não foi possível".

Tiago Oliveira 18 anos Estudante
"Venho para a Póvoa todos os dias da semana porque sou aluno da escola secundária Eça de Queirós e por essa razão, a abertura da linha não fez grande diferença. Já utilizava os transportes alternativos tanto para vir para cá como para ir até ao Porto mas ainda só andei no Metro propriamente dito uma vez, desde que a linha vermelha abriu ao público. É bem mais rápido do que a solução anterior mas, para mim, é um pouco pior, pois a paragem de camioneta ficava bem mais perto de minha casa.
Agora tenho que andar um pouco mais até à estação, mas o tempo que demoro é compensado pela viagem mais rápida que a composição faz. O autocarro apanhava sempre algum trânsito, o que atrasava alguns minutos a chegada. As carruagens são muito confortáveis e têm mais espaço do que os transportes alternativos"

Daniel Ramos 19 anos Estudante
"A minha residência é em Vilar e por essa razão escolhi o Metro como meio de transporte para a Póvoa de Varzim, pois é aqui que estudo. Não é difícil apontar grandes diferenças entre os transportes alternativos e as carruagens que agora estão ao serviço do público. Não tenho dúvidas em dizer que é bem melhor, visto que tem mais espaço e existem lugares sentados para toda a gente, enquanto que nas camionetas isso não acontecia e muitas vezes tínhamos, mesmo, que aguardar pela chegada do veículo seguinte para fazer a nossa viagem pois aquele em que queríamos seguir ia completamente cheio.
A frequência é bem maior (o máximo que esperamos é 20 minutos) e temos sempre a informação de quanto tempo falta até à próxima composição atingir a estação. Resumindo, trata-se de uma solução mais prática e, sem dúvida, bem melhor".


quarta-feira, março 22, 2006

Simular para prevenir

Póvoa Semanário

Pedro Ferreira e Silva

Um simulacro de acidente na ponte sobre o rio Ave foi a forma encontrada pela Metro da Porto para testar a capacidade de resposta das forças de segurança e emergência, na semana anterior à abertura da linha da Póvoa

A empresa Metro do Porto decidiu aproveitar os últimos dias antes da abertura oficial da Linha Vermelha que liga a Póvoa de Varzim ao estádio do Dragão para fazer um simulacro de acidente em Vila do Conde. O cenário escolhido foi o do descarrilamento de uma composição com duas carruagens, mesmo em cima da ponte sobre o rio Ave, entre as estações de Santa Clara e Azurara.

Tudo aconteceu por volta das 10h20 da manhã e o primeiro a chegar ao local foi o Gestor Local de Emergência, sete minutos depois. Este operativo da Metro do Porto fez a primeira análise da situação. Às 10h30, a GNR chega ao local e estabelece um perímetro de segurança. Os Bombeiros Voluntários de Vila do Conde fazem o primeiro reconhecimento da zona de impacto às 10h45 e a equipa de Desencarceramento da corporação entra em acção um minuto depois. Os elementos do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica – começam a intervir às 10h51 minutos e a primeira ambulância atinge o local do acidente seis minutos depois, precisamente quando a equipa de Resgate e Salvamento em Grande Ângulo da corporação vila-condense faz a sua primeira busca nas imediações.

Às 11h10 chega a embarcação de resgate dos Bombeiros da Póvoa de Varzim, com mergulhadores, para pesquisar no rio Ave e junto à margem. Este é o filme da primeira hora de operações no local, que continuou com o transporte, prestação de cuidados médicos e encaminhamento de todas as vítimas e finalizou com a colocação do veículo acidentado nos carris, bem perto das 12h50. Para tal foi necessária a utilização de uma viatura de carrilamento especializada.

Foram dez, as vítimas resultantes do acidente de entre os 20 passageiros que estavam na corporação que se deslocava na direcção do Estádio do Dragão. Dois feridos, foram considerados pelos médicos do INEM, muito graves, três graves foram considerados graves e cinco ligeiros. A estes ainda é necessário acrescentar um muito grave, electrocutado, que resultou de uma situação de contacto com tensão quando estava a cortar a corrente na sub-estação 7 situada na zona da Varziela, outra situação prevista no simulacro. As duas vítimas muito graves foram transportadas para os hospitais de S. João e Santo António, no Porto, as três em estado grave para o hospital Pedro Hispano, em Matosinhos e para o S. João e os ligeiros dividiram-se entre o Santo António e o centro hospitalar Póvoa de Varzim/ Vila do Conde. O acidentado da sub-estação, dado que se tratava de um homem com queimaduras graves, foi enviado para o hospital da Prelada no Porto.

Um dos factores de destaque deste simulacro prende-se com o facto de ter contado com a presença de uma psicóloga do INEM. O médico Luís Eiras explicou que o Instituto tem "a capacidade de disponibilizar apoio psicológico que neste caso se justificava pois era um acidente de grandes proporções. Mesmo as vítimas que não necessitavam de tratamento a qualquer traumatismo físico tiveram uma consulta para avaliar o seu estado psicológico".

Exercício com resultado positivo
Foram muitas as entidades que participaram no simulacro organizado pela Metro do Porto. No local estiveram 16 agentes da PSP, 12 da GNR, 55 homens dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, 3 da Cruz Vermelha de Vilar, para além de vários técnicos do INEM e elementos da Protecção Civil Distrital. Os elementos das corporações locais foram separados em cinco divisões. Uma de desencarceramento e estabilização do veículo acidentado, uma que serviu de elo de ligação com o Instituto Nacional de Emergência Médica, outra que efectuou trabalho de busca, salvamento e resgate – que incluía uma equipa de meio aquático – e mais duas de concentração e reserva que coordenavam a entrada e saída de meios para que não houvesse entupimento da via de acesso ao local e asseguravam prevenção e apoio para outro tipo de situações ocorridas durante o salvamento.

Joaquim Moreira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, disse ao Póvoa Semanário que o exercício serviu para provar que as entidades locais têm capacidade de resposta a uma situação de acidente num local de difícil acesso. O coordenador da equipa de socorro classifica como "importante" o facto de "já ter sido criado um plano específico para uma intervenção na zona do rio" mas salienta que "em qualquer situação que ocorra fora desta área, não temos necessidade de tantos meios". A oportunidade foi aproveitada para "fazer algumas correcções, melhorar o plano que tínhamos estabelecido" revelou Joaquim Moreira. Quanto aos acessos à linha em todo o seu percurso, o comandante garante que "os nossos elementos já frequentaram formação para intervenção em situações no percurso e conhecem os acessos, mas para além dos estabelecidos pela Metro, temos conhecimento de vários acessos secundários".

Já António Pinto, responsável de segurança da Transdev, que faz parte da sociedade Metro do Porto, afirmou que o simulacro foi "um sucesso". O exercício veio "na sequência da política da empresa, de fazer, sempre que vai inaugurar um novo troço, uma simulação de acidente em que envolve as entidades de protecção civil para que haja uma interligação, de forma a que todas as forças estejam bem apetrechadas para responder a qualquer situação" explicou António Pinto. A escolha de uma das zonas da linha, no município de Vila do Conde, em que o aceso é mais difícil é facilmente explicável, revelou o responsável de segurança da Transdev, pois a empresa "escolhe situações mais desfavoráveis para testar os meios", dado que "se soubermos responder a essas, conseguimos controlar facilmente as restantes".

terça-feira, março 21, 2006

«Novo» Metro até Junho

O Primeiro de Janeiro

Eduarda Vasconcelos


Até ao final do corrente semestre, o Governo vai anunciar decisões sobre a segunda fase do Metro do Porto, sendo certo que será para avançar. Na inauguração da linha para a Póvoa de Varzim, o ministro Mário Lino garantiu ainda para breve descontos nos preços.




O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações garantiu ontem que o Governo “quer que o projecto do Metro do Porto continue em desenvolvimento”. Na inauguração de uma das linhas mais polémicas da rede, a ligação entre o Estádio do Dragão e a Póvoa de Varzim, Mário Lino assumiu de forma tácita que haverá uma segunda fase. O governante esclareceu que os problemas do passado com a administração da Metro estão “ultrapassados”, apesar de ter voltado a lembrar que “um projecto desta natureza só pode avançar se for desenvolvido com rigor nomeadamente financeiro”. Neste sentido, o Governo está de momento a promover um amplo estudo que visa apurar sustentabilidades de custo de uma segunda fase de obra. Deste trabalho deverão ainda resultar alterações ao modelo de gestão. Mário Lino adiantou que até ao final do presente semestre surgirão novidades neste âmbito. “Está decidido o caminho”, sintetizou. O presidente do Conselho de Administração da empresa confirmou, à margem da cerimónia, a total sintonia e as tréguas actuais. Valentim Loureiro frisou que existe serenidade na Metro quanto às expectativas para a segunda fase e mostrou concordância com Mário Lino de que “tudo tem de ser bem planeado, com uma estrutura financeira garantida e sem quaisquer dúvidas”. Estima-se que na nova fase do projecto seja englobada a construção das linhas de Gondomar, Boavista - Matosinhos e Hospital de S. João - Maia. O términos da Linha Verde até à Trofa também deverá ter cabimento no plano de obras.
Entretanto, se dúvidas existiam quanto à actual primeira fase e a possíveis transtornos financeiros na conclusão de determinadas empreitadas, elas foram ontem dissipadas. O governante afiançou que a empresa “tem luz verde para prosseguir para que a incomodidade colocada às pessoas tenha o seu fim”. Em causa estão especificamente as designadas obras de inserção urbanística nas quais se inserem situações como a reposição ou a criação de acessos rodoviários.
A primeira fase do projecto do Metro deverá terminar em meados de Junho. Até lá resta concluir a ligação entre Pedras Rubras e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o troço da linha de Gaia até Laborim e o troço entre o Pólo Universitário e o Hospital de S. João.

Preços sociais
A Linha Vermelha entre o Estádio do Dragão e a Póvoa de Varzim iniciou ontem a operação comercial às 15 horas. Tem 33 quilómetros com 34 estações e percorre os concelhos do Porto, Maia, Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa. A nova linha vem introduzir um novo sistema na rede de serviço Expresso que fará uma ligação semi-directa do total do percurso, demorando 53 minutos. No regime normal a viagem dura mais 12 minutos sendo as frequências de 20 minutos. A expectativa da Metro é a redução dos tempos de viagem, o que está previsto ocorrer em meados de 2008 com a entrada em funcionamento dos veículos tram-train. O ministro das Obras Públicas afirmou que a adjudicação da proposta está a ser apreciada em conjunto pelo Ministério que tutela e pelo das Finanças.

Custos atenuados
Na abertura da nova linha do Metro, adivinhavam-se alguns protestos por parte dos utentes que acabaram por decorrer mas de forma quase despercebida. Entre Vila do Conde e a Póvoa de Varzim, um grupo de contestatários empunhava cartazes reivindicativos à passagem do Metro que não parou na estação onde se encontravam. Porém, a comissão acabou por entregar uma carta a Mário Lino, reivindicando melhor tarifário, conforto nas composições e viaturas mais rápidas. A Junta de Freguesia de Mindelo também voltou ontem a contestar a insegurança no canal na passagem de nível da Estação de Mindelo.
A propósito dos protestos, Mário Lino defendeu que por exemplo os preços “não são comparáveis”, acrescentando que “o Andante permite que as pessoas utilizem várias linhas e também a rede da STCP”. Os custos praticados pela Metro do Porto são, aliás, das críticas que mais se têm ouvido, havendo quem os compare com o praticado em Lisboa. A propósito deste tema, o governante anunciou estar já aprovado pelo Governo a introdução de descontos no Andante de 47 por cento para idosos e de 25 por cento para estudantes e crianças, o que entrará brevemente em vigor. “É uma medida justa que se aplica noutros sectores de transportes do País, não havendo razão nenhuma para não se aplicar aqui no Porto”.

Póvoa e Porto mais próximos

Correio da Manhã

"Projecto do metro do Porto está a mexer e vai ter segunda fase"

Jornal de Notícias

Hugo Silva



O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, garantiu, ontem, que a segunda fase do metro do Porto vai avançar e que ainda neste semestre vão existir novidades - "coisas concretas" - sobre a matéria. "O projecto do Metro do Porto vai a meio. Vai haver segunda fase", afirmou o governante, na inauguração do troço final da Linha Vermelha. Mário Lino esclareceu, contudo, que ainda está a ser definido qual será o enquadramento financeiro e empresarial para levar por diante o projecto, deixando antever, de novo, que serão necessárias mexidas na estrutura societária da Empresa do Metro, cuja maioria pertence, actualmente, à Junta Metropolitana do Porto.

"O projecto do Metro do Porto está a mexer, não tem estado parado, e o Governo quer que continue a estar em andamento. Mas isso só acontecerá se houver rigor, planeamento, financiamento garantido e um enquadramento accionista e empresarial adequado", acrescentou Mário Lino.

Repetindo várias vezes o seu "empenho" no desenvolvimento do metro do Porto, Mário Lino anunciou que todas as empreitadas de inserção urbana têm luz verde do Governo para avançar, que a "curtíssimo prazo" vão entrar em vigor os descontos nos passes para reformados (47%) e estudantes (25%) e que a proposta para a compra dos veículos tram-train está a ser apreciada pela administração central.

"Depois de alguns encontros e desencontros, é possível dizer, hoje, que há perfeita sintonia entre o Governo e a Junta Metropolitana. É a garantia de desenvolvimento deste projecto e de que teremos segunda fase [linhas de Gondomar, Boavista, segundas linhas para Gaia e Maia e ligação à Exponor]", sublinhou Valentim Loureiro, presidente da Metro.

"Este projecto estava parado, por um conjunto de indefinições: falta de suporte financeiro, de enquadramento do seu planeamento e por um conjunto de matérias que não estavam resolvidas. Eu entendi que, sem esses problemas estarem resolvidos não era possível avançar. Inicialmente talvez tenha havido alguma incompreensão sobre a postura do Governo, mas hoje toda a gente percebe que um projecto desta natureza só pode ser desenvolvido se houver rigor, se for assegurado o enquadramento financeiro", justificou Mário Lino.

Mário Almeida, presidente da Câmara de Vila do Conde e administrador da Metro do Porto, aproveitou a cerimónia para mandar o recado à Inspecção-Geral de Finanças e ao Tribunal de Contas que consideraram ilegais as obras de inserção urbana levadas a cabo pela empresa. "É de quem não conhece o terreno", referiu, lembrando que aqueles trabalhos passam pela reposição das ligações afectadas pela empreitada de colocação dos carris.

Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa, avançou com a necessidade de se estender a Linha Vermelha até à zona de Barreiros, onde seria possível criar um interface, com o terminal de autocarros que já ali existe. Por outro lado, o autarca apelou às entidades responsáveis para que seja implementada uma "política de preços adequada e que afaste injustiças em relação a serviços congéneres, em outras regiões do país". Novo recado para Lisboa.

Porto: Descontos no Metro

Rádio Renascença

18/03/2006



(includes radio emission)

Crianças, estudantes e idosos vão ter desconto no Metro do Porto, anunciou hoje o ministro das Obras Públicas, durante a inauguração do último troço da Linha Vermelha




(15:19) Segundo Mário Lino, os mais novos vão pagar menos 25%, enquanto que os mais velhos menos 47%.

Na inauguração do maior troço do Metro do Porto, o ministro disse que o braço de ferro que o Governo manteve com a administração da empresa faz parte do passado e que está a ser feito um trabalho em conjunto para resolução dos problemas.

Porto: Mais quilómetros para o Metro...

Rádio Renascença

18/03/2006



(includes radio emission)




hoje inaugurado o último troço da Linha Vermelha do Metro do Porto. São 17 quilómetros que vão ligar a Póvoa do Varzim à Trindade, no Porto



(12:19) O percurso vai demorar um total de 56 minutos, mas em serviço expresso a viagem realiza-se em 44 minutos.

Esta ligação semi-directa, com menos paragens, é uma novidade introduzida no Metro do Porto.

Com este último troço de 17 quilómetros e 15 novas estações, fica concluída a Linha Vermelha, que percorre 33 quilómetros, num total de 34 estações.

As carruagens vão ter uma frequência de 20 minutos, no serviço normal, e de hora a hora no serviço expresso.

O bilhete da viagem entre a Póvoa do Varzim e o Porto vai custar aos utentes 1 euro e 85 cêntimos e quem optar pelo passe mensal tem de desembolsar 48 euros e 50 cêntimos.

Linha de metro bateu recorde com o Benfica

Jornal de Notícias


A linha de metro do Dragão bateu o recorde de afluência a 15 de Outubro de 2005, no dia do F. C. Porto-Benfica. Segundo dados fornecidos pela Metro do Porto ao JN, foram transportadas cerca de 80 mil pessoas, sendo que aproximadamente 15 mil eram espectadores do jogo (pouco menos de um terço do recinto). Este factor também ajuda a perceber os motivos que levam o Estádio do Dragão a ter molduras humanas superiores aos tempos das Antas. A comodidade e a rapidez do metro faz com que muitos simpatizantes abdiquem de se deslocarem de automóvel, evitando, assim, o desgaste psicológico das longas filas e da procura de estacionamento. Em média, o metro transporta entre 10 a 20% dos espectadores que vão ao Dragão. Na prática, são entre seis a 13 mil clientes. Por isso, nos dias dos jogos, as composições simples são substituídas por composições duplas (de 216 para 432 passageiros) e os intervalos normais entre veículos são reduzidos de quatro para três minutos.

Protesto marca inauguração da Linha Vermelha

Jornal de Notícias


O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, inaugura, hoje de manhã, o troço final da Linha Vermelha (Pedras Rubras/Póvoa), mas nem todos estão dispostos a entrar no clima festivo a Comissão de Utentes agendou uma manifestação de protesto contra o aumento do tarifário e reclamando do governante a assinatura da encomenda dos veículos tram-train, essenciais para assegurar um serviço adequado às expectativas dos passageiros.

Armando Herculano, da Comissão de Utentes da Linha da Póvoa, explicou, ontem, em conferência de Imprensa, que o protesto será pacífico - feito à base de cartazes - e que será realizado na estação de Vila do Conde, para onde está agendada a primeira sessão da cerimónia de inauguração. Segundo o programa divulgado pela Empresa do Metro, a comitiva liderada por Mário Lino estará naquele local pelas 11.30 horas e os utentes prometem estar lá para fazer a recepção em forma de manifestação.

Além das questões relacionadas com os preços e com os tram-train, a Comissão reclama o reforço das composições que efectuarão serviço expresso e a fusão das três zonas do título andante na cidade do Porto. Matérias que, explicou Armando Herculano, foram colocadas à administração da Metro do Porto numa reunião que decorreu anteontem.

Mas, a partir de hoje, os passageiros da Linha Vermelha deixam de lado, definitivamente, os transportes alternativos. A ligação entre a Póvoa e o Porto fica completa, quatro anos depois do serviço de comboios da CP ter sido desactivado. Ao contrário da ferrovia, o canal de metro tem via dupla. A empreitada implicou um investimento de 252 milhões de euros (incluindo 72 milhões destinados a expropriações e a obras de inserção urbana). O novo troço tem 17,2 quilómetros e abrange 15 estações.

No entanto, só quando todas as empreitadas na envolvente do canal de circulação estiverem concluídas e os tram-train entrarem ao serviço será possível atingir os níveis de operação desejados, nomeadamente no que diz respeito aos tempos de viagem. Por agora, as composições vão demorar, entre a Póvoa e a Trindade, 56 minutos (serviço normal, com paragem em todas as estações) ou 44 minutos (serviço expresso, com paragem apenas em Vila do Conde e Pedras Rubras, até à Senhora da Hora). Já os utentes de Vila do Conde demorarão a chegar à Baixa do Porto 50 minutos (serviço normal) ou 40 minutos (serviço expresso).

Vantagens e desvantagens do Metro

O Primeiro de Janeiro



Depois de muita contestação por parte da Junta de Freguesia de Mindelo, que chegou mesmo ameaçar uma manifestação para hoje, impedindo a passagem inaugural do metro, a associação ambientalista «Amigos de Mindelo» concluiu que “o projecto do Metro do Porto, ao melhorar significativamente a oferta de transportes públicos, irá trazer grandes benefícios para a mobilidade na Área Metropolitana do Porto, na qual se insere Mindelo”. A associação chegou mesmo a apontar alguns dados do Relatório de Sustentabilidade de Mindelo segundo os quais “cerca de 41 por cento dos residentes da freguesia, trabalhadores ou estudantes, deslocam-se diariamente para fora do concelho, sendo de destacar o Porto como destino (19 por cento)”, acrescentando que o transporte mais utilizado é o ligeiro com um volume de tráfego em hora de ponta na principal saída de Mindelo de cerca de 750 veículos por hora. Mediante estes números, os ambientalistas concluíram que “o Metro do Porto, ao fazer o trajecto Vila do Conde/ Mindelo, e ao possuir características de velocidade e conforto, poderá vir a competir fortemente com o transporte individual”.
Apesar das vantagens apresentadas, especialmente para o meio ambiente, a associação teme que com este novo meio de transporte a freguesia sofra um aumento de pressão urbanística “que poderá transformar Mindelo numa área dormitório do Grande Porto, com menos qualidade de vida”. No entanto, alegam que o crescimento urbano “não é necessariamente mau desde que sejam preservados os ecossistemas”, situação que não tem acontecido em Mindelo com diversas construções a ocuparem “áreas de enorme risco de erosão”,além de não ter sido ainda implementada a devida rede de saneamento.
L.L.

Populações protestam

Correio da Manhã

quinta-feira, março 16, 2006

Metro chega à cidade

Póvoa Semanário

Simulacro com composição dupla testou meios de salvamento

O Primeiro de Janeiro

Paulo Vidal


Metro «descarrilou» em Vila do Conde











A três dias da inauguração oficial, a linha vermelha (Estádio do Dragão/Póvoa de Varzim) foi palco de um simulacro de descarrilamento.
O teste foi efectuado, ontem de manhã, no tabuleiro da ponte sobre o rio Ave, na margem esquerda, entre as estações de Azurara e Santa Clara (Vila do Conde).
O descarrilamento de uma composição dupla que transportava 20 passageiros provocou 10 feridos, 3 ligeiros e 7 em estado considerado grave.
Uma outra situação ocorreu na SET (Sub-estação Tracção) da Varziela-Árvore, com a operação de consignação da catenária a provocar uma vítima por electrocussão.
Mário Coutinho dos Santos, director do departamento de exploração do Metro sublinha que “correu tudo bem, nós sentimo-nos particularmente satisfeitos na medida em que se trata de um reafirmar do nosso compromisso com a segurança da exploração deste meio de transporte”.

Foi um sucesso
Por seu lado, António Pinto, responsável pela segurança da Transdev (Sociedade Operadora do Metro do Porto), mostrou-se igualmente agradado com o balanço da iniciativa: “Foi um sucesso assim como todos os outros que já temos vindo a efectuar. Tem sido política e prática da empresa Metro do Porto, sempre que vamos inaugurar um novo troço, envolvermos as entidades da protecção civil em exercícios para haver uma interligação e estabelecimento de comunicações entre as várias entidades. Apraz-nos registar que todas as forças estão bem apetrechadas”.
O plano de operações denominado «Fim da Linha», promovido pela Metro do Porto e pela Transdev (operador do Metro), envolveu 58 elementos e 16 viaturas das forças de salvamento - Bombeiros Voluntários de Vila do Conde e Póvoa de Varzim, Núcleo de Vilar da Cruz Vermelha Portuguesa e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Bombeiros satisfeitos
Joaquim Moreira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Vila do Conde, refere que “ao nível das operações houve necessidade de fazer cinco divisões, isto foi um exercício simulado, mas é extremamente importante ver que o Metro vai iniciar a sua marcha na linha vermelha e já se vê que tem um plano”.
Luís Meira, médico do INEM, adianta que “foi excelente desde que foi informada a central de emergência que é o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes), os meios que estariam disponíveis para dar apoio numa situação real foram accionados para o local, a resposta foi excelente”.

Passageiros podem carregar passes no Multibanco a partir desta quinta-feira

Jornal Digital

2006-03-16 09:52:19

Lisboa - A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, preside, esta quinta-feira, na Gare do Oriente, em Lisboa, à apresentação pública de um novo serviço que permite aos passageiros dos transportes públicos de Lisboa e do Porto carregar os respectivos títulos de transporte no Multibanco.
Com o novo serviço, os passageiros que usam os cartões Lisboa Viva e os que utilizam Andante Gold podem adquirir passes que não necessitam de vinheta, através da rede Multibanco em Portugal Continental, a qualquer hora do dia.

Esta medida constava de um pacote de novos programas tecnológicos anunciado em Julho de 2005 pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Antes da apresentação do novo serviço, a secretária de Estado faz o percurso de Metropolitano entre a Estação das Laranjeiras e a Gare Intermodal para anunciar oficialmente a cobertura integral da Linha Azul pela rede telemóvel.
(c) PNN Portuguese News Network

Vodafone oferece entradas para o Rock in Rio

Vodafone.pt


Lisboa, 15 de Março de 2006 – A Vodafone vai promover, entre 20 e 30 de Março, um passatempo realizado em seis estações dos Metros de Lisboa e Porto, cujos prémios serão entradas para o festival Rock in Rio 2006.

O passatempo consiste em duelos de canto que terão lugar nas estações do Bolhão e Trindade, no Porto, e do Cais do Sodré, Alameda, Campo Grande e Cidade Universitária, em Lisboa.

Durante este período, a Vodafone terá uma banda de suporte que tocará temas Mobile Music (músicas que podem ser encontradas no portal Vodafone live!) nas estações do Metro nos horários de maior circulação, para candidatos que terão de cantar em duelos de aproximadamente dois minutos. O vencedor será apurado em função da sua prestação musical no momento pela organização.

Cada concorrente poderá participar num duelo por dia, até ao momento em que ganhe o primeiro prémio. A partir daí, o vencedor deixa de poder participar. Serão distribuídos 50 bilhetes Rock in Rio por dia mas todos os candidatos receberão prémios de participação.

Os duelos Vodafone Mobile Music terão lugar entre as 8h30 e as 10h00 (16 duelos), entre as 13h00 e as 14h30 (17 duelos) e entre as 18h00 e as 19h30 (17 duelos) nas seguintes datas e estações de Metro:

20 de Março: Bolhão, Porto

21 de Março: Trindade, Porto

27 de Março: Cais do Sodré, Lisboa

28 de Março: Alameda, Lisboa

29 de Março: Campo Grande, Lisboa

30 de Março: Cidade Universitária, Lisboa

Esta iniciativa insere-se no conjunto de acções que visam promover de forma inovadora e diferenciadora a ligação da Vodafone ao Rock in Rio, o mais importante acontecimento musical a ter lugar em Portugal em 2006. Esta acção permite também levar desde já a musicalidade e alegria associadas ao Rock in Rio, para junto do público em geral, alargando assim a área de influência real do festival.

quarta-feira, março 15, 2006

Metro segue para Norte sem as obras prometidas

O Primeiro de Janeiro

Paulo Almeida



As obras de inserção urbanística nas linhas do metro na zona de Pedras Rubras só estarão terminadas em 2007. A população que participou num plenário anteontem queria conhecer a calendarização das obras, mas ninguém lhes apontou datas. Os munícipes estão revoltados com a degradação urbana.








As obras de inserção urbanística da Linha Vermelha e da Linha do Aeroporto, em Moreira e Vila Nova da Telha, Maia, só estarão terminadas, na melhor das hipóteses, em Janeiro de 2007. Fonte da Metro do Porto, presente anteontem à noite no plenário convocado pelas assembleias daquelas freguesias, revelou que só há cerca de dez dias o Governo deu autorização à empresa para lançar o concurso de realização das obras de inserção urbanística.
A mesma fonte adiantou a O PRIMEIRO DE JANEIRO que a fase de lançamento de concurso, em que serão escolhidas as empresas que vão efectuar a empreitada, demorará dois meses. Por sua vez, as obras de inserção urbanística, que incluem melhoramento de vias alternativas a Pedras Rubras, estão previstas demorar oito meses, o que significa que só estarão terminadas em Janeiro de 2007. As obras de requalificação viária em Moreira e Vila Nova da Telha, que inclui parques de estacionamento e vias alternativas à estação de Pedras Rubras, apresentam alguma complexidade e estão orçadas em mais de 4 milhões de euros.
Todavia, esta informação não foi apresentada às mais de 200 pessoas que anteontem à noite encheram o salão dos Bombeiros Voluntários de Moreira, no plenário convocado em conjunto pelas assembleias das duas freguesias mencionadas. A população mostrou o seu desagrado com a empresa Metro do Porto, criticou duramente os seus representantes ali presentes, os técnicos Luis Meireles e João Rebelo, e acabou por aprovar por maioria uma moção que apela a uma solução de consenso e demasiado branda para alguns ânimos exaltados que se fizeram sentir. A moção diz apenas que se vai “Delegar no senhor presidente da câmara e nos seus técnicos o compromisso de, num curto espaço de tempo, apresentar nesta assembleia a calendarização definitiva da realização das obras, em articulação com as juntas de freguesia respectivas”.
Quem não ficou satisfeito com esta solução foi Albino Maia, o presidente da junta de Moreira, que defendia um possível corte da linha do metro, caso a empresa não efectuasse as obras de inserção urbanística nas freguesias até sábado, altura que em está previsto que as composições do metro passem para Norte de Pedras Rubras, até à Póvoa do Varzim. Albino Maia referiu que as juntas de freguesia foram afastadas do acompanhamento das obras do metro, o que contraria a moção aprovada, e afirmou que “quem vai sofrer na pele são os moreirenses e os vilanovenses”.


Promessas
O plenário convocado pelas assembleias de freguesia de Moreira e Vila Nova da Telha levou mais de duas centenas de pessoas ao salão dos bombeiros maiatos. Bragança Fernandes esteve presente e ficou satisfeito com o resultado da reunião, pois manifestou-se contrário a uma solução mais drástica. No entanto, foi acusado por alguns populares mais exaltados de “já estar tudo combinado” antes da reunião. O autarca fez uma pequena intervenção no início dos trabalhos, manifestando solidariedade com os populares e terminou afirmando que tem a “certeza que a Metro vai cumprir tudo o que prometeu”. As promessas são as obras de requalificação viária de toda a zona, acordadas desde 2000 mas, como é habitual no projecto da Metro, só serão terminadas depois da exploração comercial das linhas.

segunda-feira, março 13, 2006

Linha B inaugura a 18 de Março e linha C chega ao Ismai a 31

Maia Hoje

"Governo quer avançar com projecto do metro"

Jornal de Notícias


O presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto acredita que o projecto do metropolitano "vai ter um andamento normal". Um dia depois da reunião entre Rui Rio, presidente da Junta Metropolitana do Porto, e Mário Lino, ministro das Obras Públicas, em que nada ficou decidido sobre a segunda fase da rede, Valentim Loureiro disse estar convicto de que "o Governo quer avançar com o projecto".

Anteontem, o ministro apenas deu garantias quanto à execução da primeira fase, sublinhando que para aqueles projectos não há constrangimentos financeiros. Mário Lino deixou claro que o despacho governamental que retira poderes de gestão à actual administração do Metro, "só condiciona novos compromissos financeiros para novas linhas ou projectos não previstos". Ou seja, para as linhas de Gondomar, Boavista e a segunda linha de Gaia nada está garantido.

Ainda assim, Valentim Loureiro mantém a esperança. "O Governo quer avançar, mas antes quer fazer um ponto de situação rigoroso do projecto", afirmou, ontem, à margem da assinatura de um protocolo entre a Metro e a Universidade Fernando Pessoa.

Enquanto Rui Rio reunia com Mário Lino, Bragança Fernandes, presidente da Assembleia Geral do Metro, trocou impressões com a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, sobre o metro. "Disse-me que a segunda fase depende das fontes de financiamento. E que isso está a ser estudado", afirmou, ao JN, o autarca da Maia, realçando que o "Governo tem de pensar seriamente em parar investimentos faraónicos como o da OTA e avançar com projectos mais simples como o metro". I.S.

TV em movimento

Jornal de Notícias

Inês Schreck



Já que não é possível encurtar o tempo de espera dos utentes nas estações de metro, então há que diminuir o tempo de espera psicológico. A Metro do Porto prepara-se para lançar um projecto de informação/ entretenimento para os seus clientes, que passa pela instalação de televisores nas estações subterrâneas e nas composições. Os conteúdos informativos são responsabilidade da SIC e os relacionados com a actividade da Metro ficam a cargo da Universidade Fernando Pessoa, com quem a empresa de transportes assinou, ontem, um protocolo de colaboração.

A instalação do equipamento será faseada, sendo que, no final do ano, haverá 93 televisores a emitir em três estações subterrâneas (Casa da Música, Trindade e Pólo Universitário) e outros 864 nos 72 veículos da frota.


60 actualizações diárias

Contudo, não será necessário esperar tanto tempo para que alguns clientes da rede possam usufruir do serviço, denominado "Metro TV". A experiência vai arrancar nas próximas semanas nas estações acima referidas e em dois veículos. Aliás, os equipamentos já começaram a ser colocados nas estações.

O projecto visa disponibilizar aos clientes informação sobre o desempenho da rede, que pode incluir notícias sobre acidentes ou incidentes, informação promocional, publicidade, entretenimento e conteúdos externos de carácter noticioso.

Todo o noticiário, que passará pelas áreas nacional, internacional, economia, bolsa, cultura, desporto e meteorologia, é da responsabilidade da SIC e contará com uma média de 60 actualizações diárias. Também o entretenimento fica a cargo daquela emissora, nomeadamente filmes de desenhos animados, documentários, espectáculos e sugestões culturais da Área Metropolitana do Porto.


Teste para estudantes

Os alunos da Universidade Fernando Pessoa também vão ter oportunidade de produzir conteúdos para o sistema da Metro. A empresa assinou, ontem, um protocolo de cooperação, que permitirá aos estudantes, nomeadamente aos do curso de Comunicação, "testarem na prática as competências adquiridas", salientou Salvato Trigo, director da Universidade Fernando Pessoa.

A ideia de colaboração com aquela universidade surgiu por acaso, mas a Metro do Porto garante estar aberta a outras cooperações. As vantagens da colaboração foram sublinhadas tanto pelo responsável da universidade, como pelos administradores da Metro.

Por um lado, a empresa ganha conteúdos, por outro "dá-se visibilidade aos alunos, o que pode facilitar a sua introdução no mercado de trabalho", afirmou Valentim Loureiro, presidente do Conselho de Administração da Metro.


Pormenores

Emissão nas estações

Nas estações estão a ser instalados projectores e ecrãs rígidos de retro-projecção com 140 polegadas e colunas de som. Em média, cada estação subterrânea contará com seis pontos de visualização.

Ecrãs nos veículos

Nas composições vão ser colocados ecrãs TFT/LCD de 15 polegadas, sonorizados e com protecção anti-vandalismo. Serão instalados aos pares (costas com costas) suspensos no tecto dos veículos. Cada veículo terá em média 12 ecrãs.

"Audiência" elevada

Com base na actual média diária de clientes, a Metro do Porto estima que na primeira fase do serviço (com televisores em três estações e dois veículos) se atinjam os 4,2 milhões de contactos por dia. Na segunda fase, prevista para o segundo semestre, (com mais televisores nas estações e com todos os veículos apetrechados) esperam-se 95,7 milhões de contactos diários.

sexta-feira, março 10, 2006

Até a compra de semáforos está encravada no Governo

Jornal de Noticias

Hugo Silva



metro Sinalização para Linha do Aeroporto é apenas um de vários projectos em banho-maria Deputados defendem revogação do despacho ministerial que "afecta bastante" a empresa




A inauguração da Linha do Aeroporto está prevista para o próximo mês, mas o Governo ainda não deu autorização à Empresa do Metro para comprar os semáforos destinados à sinalização do traçado. À espera de aval do Estado continuam, também, as obras de inserção urbana em Vila do Conde e a requalificação da envolvente da estação de S. Bento, incluindo a Avenida da Ponte, no Porto.

O despacho governamental de Outubro passado que limitou a Comissão Executiva da Metro à gestão corrente e obriga que os investimentos tenham de passar pela administração central está a "afectar bastante" o funcionamento da empresa, observou, ontem, o presidente da Junta Metropolitana do Porto, Rui Rio. O também presidente da Câmara do Porto e administrador da Metro falava no final de uma reunião com a Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

Rui Rio confia, contudo, que "os problemas sérios e graves" da Empresa do Metro estejam em vias de resolução, nomeadamente com a reunião marcada para amanhã, com Mário Lino, ministro das Obras Públicas. Rui Rio observa que a solução ideal é revogar o despacho. "Seria um passo positivo, mesmo ao nível da clarificação da gestão do Metro do Porto", reforçou.

"Não vemos razão para que o despacho não seja despachado. Condicionou muito do que foi a dinâmica da empresa e prazos de obras assumidas", concordou Miguel Relvas, presidente da Comissão Parlamentar. "O clima que existe agora é completamente diferente do que havia há dois ou três meses", justificou o deputado do PSD. O que Miguel Relvas não esclareceu foram as razões da mudança de clima, uma vez que os protagonistas - no Governo, na Metro e nas autarquias - são os mesmos. "O importante não é olhar para o passado, mas para o futuro", sustentou o social-democrata.

Miguel Relvas acredita, também, que a reunião com Mário Lino permitirá ultrapassar as "dificuldades e estrangulamentos" que marcaram a Metro "nos últimos meses". O deputado considerou, ainda, que a concretização das linhas de Gondomar e da Boavista devem ser "objectivos imediatos".

"Há problemas quanto à definição do financiamento que também têm de ser resolvidos. E a pergunta que fazemos é o metro de Lisboa terá sido fruto do grupo Amorim, do grupo Sonae ou de alguma empresa privada?", ironizou Rui Rio.

O autarca sublinhou, contudo, que só em 2009 será possível alterar a forma de exploração do metro (termina a concessão da Transdev). O futuro deverá passar pelos project-finance (envolvendo entidades públicas e privadas). "A própria Metro tem know-how para isso, o que significa, na prática, libertar o Governo do vencimento passivo da empresa e escaloná-lo em 30 anos", referiu Rui Rio.


Disseram

Rui Rio

Pres. JMP e CMP

Há um problema de financiamento da Metro do Porto que tem de ser resolvido. O metro de Lisboa terá sido fruto do grupo Amorim, do grupo Sonae ou de alguma empresa privada?"

Miguel Relvas

Deputado do PSD e presidente da Comissão Parlamentar

Tomara que todas as derrapagens de obras públicas em Portugal fossem como as da Metro do Porto. Não são derrapagens, trata-se de um projecto novo"

A propósito

Proposta ao ministro

O presidente da Junta Metropolitana do Porto reiterou a necessidade de construção da ferrovia de alta velocidade entre Porto e Vigo. Rui Rio revelou que vai propor ao ministro das Obras Públicas que o gabinete técnico responsável pelo TGV entre Porto e Lisboa fique sediado na Invicta. Na capital, ficaria o gabinete da ligação Madrid/Lisboa.

Autoridade adiada

O presidente da Comissão Parlamentar, Miguel Relvas, sublinhou a necessidade de nomeação da Autoridade Metropolitana de Transportes, por parte do Governo, "a curto prazo". A matéria será abordada pela Junta Metropolitana, na reunião de amanhã com Mário Lino.

Rentabilizar aeroporto

Rui Rio afirmou que, durante a reunião com a Comissão Parlamentar, a Junta Metropolitana fez questão de sublinhar a necessidade de sensibilizar a TAP para rentabilizar o novo aeroporto internacional do Porto.

Mais investimento

"Na Área Metropolitana de Lisboa foram feitos ao longo das últimas décadas investimentos públicos e só se pede que esse mesmo caminho seja seguido no Porto", disse Miguel Relvas.

Indicação da Comissão Parlamentar de Obras Públicas

O Primeiro de Janeiro

Ana Magalhães



O despacho do Governo que obriga a Metro do Porto a funcionar em gestão corrente poderá ser revogado amanhã. Essa é pelo menos a indicação que a Comissão Parlamentar das Obras Públicas, Transportes e Comunicações levará ao Ministério das Obras Públicas no final de uma visita ao Porto.
“Não vemos razão para que o despacho não seja despachado”, comentou ontem em conferência de imprensa Miguel Relvas, presidente da comissão parlamentar, para quem a imposição já provocou constrangimentos a mais à empresa nomeadamente o prazo de obras assumidas. A posição do social-democrata reflecte a preocupação do presidente da Junta Metropolitana, Rui Rio, ao comprometer-se a apelar amanhã ao ministro das Obras Públicas que clarifique a gestão da empresa de capitais públicos.
O autarca avançou que por força do despacho, que obriga a Metro a pedir autorização ao Governo para avançar com as obras já planeadas, a Linha do Aeroporto ainda não tem data de inauguração e o único pormenor que falta é a compra de semáforos para a sinalização deste troço. Em causa está ainda, segundo Rui Rio, a requalificação urbana junto à Estação de S. Bento e o problema da definição do financiamento da empresa, nomeadamente depois de 2009, quando terminar o contrato de exploração com a Transdev. A melhor solução passará por envolver entidades públicas e privadas neste projecto. “O próprio Metro tem know-how para isso, o que significa, na prática, libertar o Governo de todo o vencimento passivo (do Metro) e escaloná-lo a 30 anos”, disse.
Questionados sobre a derrapagem financeira detectada pela Inspecção-Geral das Finanças e na auditoria do Tribunal de Contas, Miguel Relvas desvalorizou o termo “derrapagem” e usou a explicação já dada por Oliveira Marques, presidente do Conselho Executivo da Metro, sobre a realização de obras que não estavam previstas no projecto inicial. “Tomará nós que todas as derrapagens em Portugal fossem como a da Metro do Porto”, comentou, especificando que os objectivos imediatos da empresa devem ser a construção das linhas de Gondomar e da Boavista.
Miguel Relvas reconheceu que a Área Metropolitana de Lisboa (AML) tem sido privilegiada quando comparados os investimentos feitos no Grande Porto e exortou no sentido da coesão do território nacional. “Algumas dificuldades têm existido, mas saímos daqui com a confiança de que é possível um entendimento entre a administração da Metro e o Governo, porque o que está em causa é uma obra invulgar em termos europeus e a resolução de um problema grave, que existe em matéria de transportes na AMP”, sustentou o deputado, acrescentando que deve ser nomeado a curto prazo o Conselho de Administração da Autoridade Metropolitana dos Transportes.

terça-feira, março 07, 2006

Deputados reuniram-se com responsáveis da Metro

Jornal de Notícias


Uma delegação da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, presidida pelo social-democrata Miguel Relvas, reuniu-se, ontem à tarde, com o Conselho de Administração da Empresa do Metro. À saída do encontro, nem uma palavra sobre o que foi abordado entre os responsáveis da Metro e os deputados.

A comitiva partiu para uma visita às obras na Linha Vermelha (cuja operação comercial, segundo o anunciado pela Metro do Porto, começa no próximo dia 18) e à Linha da Verde, nomeadamente à parte do trajecto que continua à espera de luz verde do Governo para que a empreitada avance.

Recorde-se que para o troço entre o ISMAI e a Trofa ainda não há autorização da Administração Central para a duplicação da linha. Desde que a linha ferroviária da Trofa foi extinta - há quatro anos - que aquele troço encontra-se votado ao abandono.

segunda-feira, março 06, 2006

Metro do Porto não dá razão aos utentes

Correio da Manhã

2006-03-03 - 00:00:00

Cristina Pinto e Pinto
O metro até à Póvoa de Vazim tem dividido opiniões
O metro até à Póvoa de Vazim tem dividido opiniões


Manuel Queiroz



O presidente da comissão executiva da Metro do Porto e o presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim fizeram ontem uma viagem experimental de metro da Póvoa ao Porto e ambos consideram que as queixas apresentadas pela comissão de utentes não têm razão de ser.



“O preço da viagem está aprovado pela Direcção-Geral dos Transportes Terrestres desde 2002 e agora estamos só à espera da aprovação do tarifário social”, disse Oliveira Marques durante a viagem. O preço é um dos problemas que os utentes colocam, pois 1,85 euros, dizem, é mais caro do que era o comboio ou o autocarro (1,35 euros). Os utentes dizem também que a viagem de metro é mais lenta do que a de comboio, em parte porque há mais paragens (as 13 estações passam agora a 21, embora o metro, em certos horários, possa não parar em todas).

Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa que também fez ontem a viagem experimental, prefere falar do que vê de bom. “Já disseram que se deitaram fora aqui 250 milhões de euros, que foi quanto custou a linha. Nem tudo se pode fazer de uma vez, há coisas que ainda faltam, mas creio que o que é importante é realçar a importância desta obra”, disse aos jornalistas.

quinta-feira, março 02, 2006

Faltam poucos “centímetros” para o Metro

Póvoa Semanário

Porto - Condições da Linha da Póvoa geram insatisfação

Correio da Manhã

2006-02-28 - 00:00:00

Baía Reis
Quando comparado com o comboio, o metro fica a perder
Quando comparado com o comboio, o metro fica a perder


João Carlos Malta, Porto



A Comissão de Utentes da Linha da Póvoa (CULP) está revoltada face às opções tomadas pela Metro do Porto para a ligação entre o Porto e a Póvoa do Varzim. A obra custou 252 milhões de euros e segundo o presidente da CULP, Armando Herculano, o metro será “mais caro, mais lento e menos cómodo” do que o comboio que antes fazia o percurso.


Mais do que um desperdício, o representante dos utentes considera um “prejuízo” para as populações da Póvoa do Varzim e Vila do Conde.

Face a estas acusações, Valentim Loureiro, presidente do Conselho de Administração (CA) da Metro, diz que a obra está planeada há sete anos, mas que o CA não será “insensível” às queixas das populações. “Não percebo o ‘timing’ destas declarações que penso ser tardio”, acrescentou ao CM.

Armando Herculano, que reclama representar três mil utentes, responde afirmando que o alerta foi dado em Janeiro de 2001: “O major é que chegou tarde ou se calhar anda atarefado com outras coisas e não pode ler cartas que lhe enviámos.”

Segundo a CPUL, nos 24 quilómetros da linha Porto-Póvoa do Varzim, inaugurados a 18 de Março, o metro perde com o comboio em todos os parâmetros. O número de lugares sentados diminui e a viagem demorará 71 minutos, mais 18 do que o comboio. Para o aumento do tempo do percurso contribui o aumento de número de paragens que sobe das anteriores 13 para 21. A velocidade baixa dos 37,4 para os 28 quilómetros horários.

No que diz respeito ao preço da viagem, um passe normal sobe de 29,5 para 46,25 euros. Para idosos e estudantes o passe social, entretanto criado pela Metro, subirá dos 14,8 para 34,7 euros. Armando Herculano alerta ainda para as estações não terem condições sanitárias nem telefone e para a falta de cobertura suficiente para proteger os passageiros das intempéries.

NÚMEROS DA POLÉMICA NO METRO

- 21 estações que a linha tem com o metro. Com o comboio eram 13.

- 252 milhões gastos pelo Metro para adaptar linha entre Póvoa e Sr.ª da Hora.

- 56,8% de aumento das despesas para os utentes da linha da Póvoa.

- 71 minutos de viagem de metro, mais 18 do que faz o comboio.

- 112 lugares sentados no metro contra os 234 do comboio.

- 28 km por hora é o valor médio da velocidade comercial do metro.

Metro estimava menos 14 mil carros estacionados em 2004

O Primeiro de Janeiro

Ana Magalhães


A circulação do metro tirou do centro do Porto 2.500 veículos estacionados por dia durante o ano passado. O valor fica longe da estimativa efectuada pela consultora TIS, que apontava para ganhos em estacionamento de 12 mil carros já em 2004 ao longo de toda a rede.


Com a conquista de utilizadores de transportes individuais a Metro do Porto estima que só no ano passado contribuiu para uma diminuição de 2.500 veículos estacionados por dia no centro do Porto. O valor figura do Relatório de Contas de 2005, apresentado pela empresa na semana passada, e ficam aquém da estimativa feita pela empresa Transportes, Inovação e Sistema (TIS), que apontava já para 2004 a poupança de 12 mil carros estacionados em toda a rede. O número previsto para 2012 é de menos 26.551 viaturas estacionadas e em 2022 de 31.665. Em 20 anos de serviço, e sem ter em conta a segunda fase do metro, o objectivo é poupar 263 mil euros em estacionamento.
Os números que constam do Relatório de Contas de 2005 têm em conta que dois terços dos veículos estacionam na via pública numa média 5,5 horas e que cada condutor paga pelo estacionamento 50 cêntimos por hora. Partindo do pressuposto que o metro é actualmente o meio de transporte mais seguro, estima-se ainda que até ao primeiro semestre de 2005 pouparam-se 7,5 milhões de euros em acidentes.
O valor é dado com base na valoração dos custos unitários de cada acidente pelo Instituto Nacional de Estatística e a Prevenção Rodoviária Portuguesa.

Benefícios
Segundo os dados da consultora TIS, até ao primeiro semestre do ano passado a entrada em funcionamento da exploração comercial do metro trouxe uma poupança que ultrapassa os 63 mil euros em benefícios sociais e ambientais. Os parâmetros analisados são sobretudo os ganhos de tempo pelos utilizadores e a diminuição de emissões de poluentes e de ruído. Sem considerar a exploração da segunda fase, a TIS estima que se poupe até três biliões de euros em 2030 em benefícios sociais e ambientais. Nos primeiros dez anos de metro este valor deve rondar os 689 mil euros.
Atendendo aos ganhos de tempo, a consultora prevê que em 20 anos de operação do metro os ganhos de tempo signifiquem uma poupança de 768 mil euros. O cálculo é feito com base nos 3,5 cêntimos por cada minuto ganho aos utilizadores que deixaram de recorrer aos transportes públicos e nos 10,5 cêntimos por cada minuto ganho por clientes oriundos do transporte individual. Na mesma lógica, calcula-se que até 2022 a metro induza a 102 mil euros de ganhos totais em emissões de energia, um valor que se justifica com o aumento de passageiros que deixam de se deslocar em transporte individual.

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2005
Benefícios
Segundo os dados divulgados no Relatório de Contas de 2005, a circulação do metro no Porto no ano passado levou à poupança de:

• dois milhões de horas

• 33 toneladas de monóxido de carbono

• 13 toneladas de hidrocarbonetos

• 160 toneladas de óxidos de azoto

• 11 mil milhões de partículas na poluição do ar

• 3600 toneladas de energia equivalentes a petróleo

Metro do Porto dá ganho mensal de 140 euros

Correio da Manhã


António Nogueira da Costa, director de MBA da Escola de Negócios da Caixa de Aforros de Vigo, Ourense e Pontevedra e empresário, falou ao 'CM' sobre o impacto do metro do Porto na região.




Correio da Manhã – Qual o impacto do metro do Porto na região?

António Nogueira da Costa – Numa perspectiva terra a terra, analise-se o impacto numa família típica dos arredores do Porto: habita a cerca de 15 quilómetros e inclui uma pessoa que se desloca diariamente de viatura para a cidade. Esta pessoa, ao optar pelo metro, sentirá algumas alterações, de que sobressai mensalmente a redução de gastos de 210 euros e um aumento de 34 euros do passe.

– Quer dizer que o metro proporciona um ganho efectivo a quem o utiliza?

– Sim, e o impacto é superior se se atender a que muitos passageiros do metro portuense criaram novos hábitos de leitura nas suas deslocações, recorrendo a literatura gratuita ou paga (estimo um gasto mensal de 36 euros) incrementando o consumo, mas mantendo um ganho mensal de 140 euros, que poderá canalizar para um PPR (1680 euros por ano).

– Então, o metro justifica-se, essencialmente, por razões económicas?

– A componente económica é a mais fácil medição. Uma outra evidência relaciona-se com o cumprimento do horário, permitindo ao viajante prever melhor a sua disponibilidade para estar a horas no emprego, chegar a casa, ir ao ginásio, etc. Com este ganho pessoal de predisposição, provocado pela serenidade e satisfação da viagem de metro, em detrimento do stress da condução no tráfego, a pessoa alcança ganhos de produtividade, além de melhorar as condições daqueles que ainda privilegiam o veículo. Neste contexto, considero que as famílias incrementam a sua qualidade de vida e contribuem para a competitividade do País.

– Esta abordagem não é muito rebuscada?

– É um desafio para que outras pessoas desenvolvam um modelo que analise várias componentes, como a produtividade, consumo, poupança e qualidade de vida pessoal e social, e este repto é passível de integração numa das acções do plano tecnológico em curso. As mudanças são reais, pelo que incito as pessoas a gozarem da viagem de metro do Porto.

Trindade-Senhora da Hora é o trajecto de Metro mais procurado

Maia Hoje

Greve da CP só impediu circulação de 26 comboios

Jornal de Notícias

Ricardo David Lopes



A greve de ontem da CP parou 26 dos 458 comboios previstos, revelou fonte oficial da empresa. Segundo a mesma fonte, os serviços Alfa/Intercidades e Internacional não foram afectados pela paralisação, tendo havido apenas alguns comboios regionais e inter-regionais que não circularam. O sindicato do sector, contudo, garantiu que, de manhã, a adesão rondou os 70%.

Até às 13 horas, disse o porta-voz da CP citado na Lusa, "estavam programados 458 comboios e foram realizados 432". Algumas das paragens das linhas regionais e inter-regionais, afirmou, não se deveram à greve na CP, mas na Refer (que gere a rede ferroviária), "que não garantiu condições" para os comboios circularem. De manhã, na Linha do Minho, a adesão de trabalhadores da CP causou a paragem de três comboios.

Os números do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários (afecto à CGTP) diferem, contudo, dos da empresa. Segundo o dirigente José Manuel Oliveira, até às 11 horas a adesão tinha rondado os 70%. O responsável denunciou ainda que houve comboios a circular sem revisor e que os trabalhadores em greve nos postos de comando foram substituídos por quadros da Refer.

A CP não divulgou números finais sobre a greve.

O facto de, terça-feira ao fim do dia, os sindicatos afectos à UGT terem decidido suspender a sua participação no protesto, após reuniões com os responsáveis das empresas, terá minorado os efeitos da greve.




Foi com alguma ansiedade que Flor Oliveira, estudante universitária, chegou, ontem, à estação de Espinho para apanhar o comboio das 8.26 horas para o Porto. Não tinha ouvido as notícias, mas uma amiga mandou-lhe uma mensagem acerca da possibilidade de greve. Foi com satisfação que percebeu que, afinal, não tinha com que se preocupar. Durante a hora de ponta, a circulação de comboios entre Aveiro e Porto não foi afectada. Aliás, àquela hora, junto à estação de Espinho, não se vislumbravam quaisquer transportes alternativos, os tais que haviam sido prometidos pela CP. A situação não se manteve, porém, todo o dia. Vários comboios provenientes de Ovar com destino ao Porto foram suprimidos, bem como os que faziam o sentido inverso. Acabaram, assim, por ser os comboios provenientes de Aveiro a ter de parar em todas as estações e apeadeiros, o que levou a atrasos e a esperas que chegaram aos 45 minutos.

Mais confusão pareceu causar o facto de as composições com destino à estação de S. Bento, no Porto, terminarem a circulação na estação de Campanhã, obrigando os passageiros a recorrer aos autocarros e ao metropolitano. Caloiros nestas andanças do metro, muitos foram os que se sentiram perdidos, sem saber como tirar os bilhetes, nem em que estação sair para ir para a baixa da Invicta. Protestos não se fizeram ouvir, mas faltava ainda saber se, ao fim do dia, haveria transportes para o regresso a casa. Natacha Palma


Dia de muita espera mas sem problemas na hora de ponta

"Afinal, está a funcionar tudo normalmente"

"Vim mais cedo, porque ouvi dizer que havia greve. Afinal, está a funcionar tudo normalmente". Desabafo de Maria de Lurdes Rato, 55 anos, moradora em Aveiras de Cima, perante o espanto de não encontrar, na estação ferroviária de Azambuja, as enormes filas de utentes para entrarem em autocarros, habituais em greves na CP ou REFER. A verdade é que, à excepção de atrasos nos Intercidades, não se registaram quaisquer demoras nos suburbanos da Linha de Azambuja durante todo o dia. Os autocarros fretados pela CP que aguardavam ao final da madrugada pelos passageiros rapidamente se foram dispersando perante a ineficácia da paralisação convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, afecto à CGTP-IN. Segundo o dirigente sindical José Manuel Oliveira, na base deste cenário esteve a deslocação de trabalhadores administrativos e das estações para as áreas mais afectadas pela greve. Resultado que era visível em toda linha Norte de Lisboa, onde os balcões permaneceram encerrados. "Não entendo isto, primeiro disseram-me que havia greve e depois sou surpreendida enquanto estou à espera de um autocarro, que nunca apareceu", queixava-se Célia Jesus, que relia o aviso de greve. Nuno Miguel Ropio

Linha da Maia poderá chegar ao Ismai a 31 de Março

Fábrica de Conteúdos

2006-02-23 11:37:08


A Linha da Maia do metro do Porto poderá chegar ao Ismai (Instituto Superior da Maia) a 31 de Março, enquanto que a abertura da Linha do Aeroporto será efectuada em Abril. A empresa Metro do Porto também anunciou que a 18 de Março a Linha Vermelha ligará, em definitivo, Póvoa de Varzim e a estação de Crestins, em Matosinhos.

Segundo precisou o presidente da empresa, Oliveira Marques, os clientes da Linha Vermelha terão metro a cada 15 minutos, com a Metro do Porto a oferecer um serviço de expresso por hora, fazendo paragens na Póvoa, em Vila do Conde, Pedras Rubras e Senhora da Hora.

Neste percurso, as viagens mais rápidas, explicou o responsável, demorarão «30 a 35 minutos» até à Senhora da Hora, uma vez que decorrem obras de requalificação urbana que exigem a redução de velocidade. Terminados os constrangimentos, Oliveira Marques garantiu que será possível fazer essa viagem de 24 quilómetros em menos de meia hora.

Por outro lado, a Metro do Porto, diz o jornal Público, estima conseguir cinco milhões de validações por ano no troço da Linha Vermelha entre o extremo Norte e a Senhora da Hora, pontuado por 25 estações.

Oliveira Marques indicou ainda estar tudo encaminhado para a adjudicação à Bombardier dos 30 veículos tram-train, apropriados para trajectos suburbanos, como é o caso da Linha da Póvoa. A encomenda, que será formalizada numa das próximas reuniões da administração, mal chegue o aval Governo, vai custar 120 milhões de euros.