O Conselho de Quadros da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP) alertou, esta quinta-feira, para a necessidade de adaptar a estrutura da Metro do Porto (MP) antes de se promover a fusão entre as empresas.
“Nos últimos 10 anos, a STCP bloqueou a entrada de pessoal não operacional, enquanto a MP expandiu a sua estrutura, num plano que incluía 3 fases de construção, actualmente suspenso”, observa o Conselho de Quadros da STCP, num comunicado enviado às redacções.
Esta estrutura considera essencial “ajustar a estrutura da Metro do Porto à realidade pós-obra, à semelhança do que a STCP tem vindo a fazer”.
Só então deve promover-se a fusão das empresas, “sob pena de se passar a mensagem que o esforço de rendibilidade não é politicamente reconhecido”.
O Conselho de Quadros da STCP lembra que “a partilha de serviços entre as empresas foi uma realidade no passado”, destinando-se “a impedir o crescimento desnecessário de uma nova estrutura, como era o caso da Metro do Porto”.
Para além disso, o desenho da nova rede da STCP, concluído em 2007, foi já “feito numa lógica de complementaridade à rede da MP e não de concorrência”.
Assim, 80% da rede da STCP “desenvolve-se a mais de 300 metros de distância da rede do metro, representando os restantes 20% os necessários rebatimentos para existência de inter-modalidade”.
O comunicado do Conselho de Quadros sobre a reestruturação do Sector Empresarial do Estado manifesta “preocupação” de que o plano em curso para a Área Metropolitana do Porto implique “um agravamento do custo de transporte”, bem como “uma diminuição da oferta”, com “a extinção da rede madrugada e a redução do serviço nocturno”.
A estrutura da STCP lembra também que o Plano Estratégico de Transportes aponta um caminho “que esta empresa tem vindo a seguir desde há mais de uma década” e que a coloca como “a empresa pública de transporte rodoviário nacional mais competitiva”.
O ponto de partida da STCP “será eventualmente o ponto de chegada de outras empresas”, pelo que “as medidas a aplicar para cada uma das empresas devem ser diferentes e de acordo com rácios de produtividade demonstrados para cada uma delas”.
A STCP desde há muito tempo que “vem fazendo o seu trabalho de casa, em termos de reestruturação, infelizmente sem obter o mesmo nível de resposta da tutela”, critica.
“Foram apresentadas propostas de contratualização de serviço público em 2009, de reestruturação da dívida em 2009 e de reestruturação de pessoal em 2010, este último com parecer favorável de todos os parceiros sociais. Até hoje, a única resposta da tutela foi o silêncio”, afirmam.
O Conselho de Quadros sublinha igualmente que “o valor divulgado do custo médio anual de 25 mil euros por trabalhador relativamente à STCP transmite uma imagem errónea”, já que “o valor apresentado não é o valor que cada trabalhador leva para casa”, mas o “valor bruto acrescido dos encargos da entidade patronal com Segurança Social de 23,75%”.
A comparação de custos de pessoal com a função pública e com a média nacional serve, no entender do Conselho de Quadros, “um propósito estratégico”, gerando “uma divisão dentro da sociedade que é útil para marginalizar os trabalhadores do sector”.
16:49 - 20.10.2011
Por Redacção , com Lusa
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