quarta-feira, maio 23, 2007

"Metro do Porto é dos projectos mais bem sucedidos do país"

Jornal de Notícias

Hugo Silva




O primeiro ministro, José Sócrates, considera que o Metro do Porto "é um dos projectos mais bem sucedidos do país", mas admite que, com o memorando de entendimento assinado ontem, entre o Ministério das Obras Públicas e a Junta Metropolitana do Porto, a segunda fase da empreitada arranca em "melhores condições" do que a primeira. "Com o protocolo, sabemos o que queremos fazer, como o vamos fazer e como será o governo da sociedade [Empresa do Metro]", afirmou José Sócrates, que "apadrinhou" a assinatura do memorando de entendimento, ontem à tarde, no Palácio do Freixo, no Porto.

Após muitos avanços, recuos, negociações e "crispações", como admitiu o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, o memorando de entendimento está assinado. Conforme o JN noticiou, o concurso para a linha de Gondomar até à Venda Nova avança até Setembro; o concurso para a linha de Gaia até Santo Ovídio avança até Janeiro de 2008. Na estrutura accionista, o Estado assume posição maioritária.

"Evoluímos para melhor", sentenciou José Sócrates, tratando de elogiar a "maturidade política" de Mário Lino e Rui Rio.

"Quando há acordo , ambas as partes ganharam", observou o presidente da Junta Metropolitana do Porto. "Foi um acordo difícil e muito mais difícil para a Junta Metropolitana. O Governo tem uma posição, a Junta tem 14. Conciliar posições é um exercício difícil, mas em todos os momentos formais de decisão obteve-se sempre a unanimidade", sublinhou Rio, acrescentando que, com o acordo de ontem, todos os municípios ganham.

"Fizemos um bom trabalho", congratulou-se Mário Lino, reiterando que se chegou a uma solução em que todos se sentem "confortáveis". "O desenvolvimento da segunda fase do Metro do Porto começa já este ano", fez questão de sublinhar o ministro, insistindo que o projecto "tem sido sempre muito acarinhado pelo Governo". "Vamos fazer cerca de 40 quilómetros de novas linhas e investir cerca de 500 milhões de euros", quantificou.

A assinatura do entendimento mereceu muitas palmas. Embora continue a causar desconforto, sobretudo entre autarcas e administradores da Metro, o facto de se mudar uma empresa que, conforme sublinhou José Sócrates, liderou um projecto "bem sucedido".

Já após as intervenções oficiais, Valentim Loureiro, presidente da Câmara de Gondomar e da Metro, tratou de alertar José Sócrates para o facto de ser preciso um despacho conjunto dos ministros das Obras Públicas e das Finanças para que os concursos previstos possam ser efectivamente lançados.

Além das linhas que vão avançar, o acordo prevê o desenvolvimento dos estudos para eventuais ligações futuras entre o Hospital de S. João e a Maia e para o desenvolvimento da rede a sul do Douro.



Linhas que avançam já

Concurso para Linha de Gondomar até à Venda Nova avança até Setembro; concurso para a extensão da Linha Amarela a Santo Ovídeo avança até Janeiro.



Concurso global

Em Janeiro de 2008 será lançado um concurso para a construção da segunda fasee para a exploração e manutenção de toda a rede, a partir de Abril de 2009. Caso não seja possível lançar o concurso no prazo indicado e se perspective um atraso superior a seis meses, deverão ser lançados concursos para a construção das linhas da Trofa e da Boavista.



Linha da Trofa

Os concorrentes à realização da empreitada devem optar por dois cenários via dupla ou em via simples (salvaguardando hipótese de duplicação).



Linha da Boavista

Está incluída no reforço das ligações entre Porto e Matosinhos, mas ainda dependente de estudos, tal como a ligação entre a Senhora da Hora e o Hospital de S. João (via S. Mamede de Infesta). Para evitar "atrasos" no calendário de execução previsto, a Metro deve avançar com os projectos das várias alternativas.



Ligação a Gondomar

Metro deve fazer "rapidamente" os estudos que permitam escolher qual a melhor ligação a Valbom Venda Nova/Gondomar ou Campanhã/Gondomar.



Estado assume maioria

O Estado passa a ter 60% do capital social da Metro. O Conselho de Administração terá sete membros, três dos quais executivos, incluindo o presidente, que será indicado pelo Estado. Os dois vogais executivos serão nomeados também pelo Estado, tal como um não executivo. A Junta Metropolitana do Porto nomeia três administradores não executivos.

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