Jornal de Notícias
Carla Soares
O Governo está decidido a mudar, até ao final deste mês, a estrutura accionista da empresa Metro do Porto e respectiva administração, elegendo como primeira medida imediata o lançamento da linha de Gondomar até Rio Tinro e, logo depois, a ligação de Gaia até Laborim. O compromisso de avançar já com as alterações, apurou o JN, foi assumido por membros do Executivo, no fim-de-semana.
Ontem, a actual equipa da Metro reuniu-se mas os trabalhos foram pouco além de um balanço económico-financeiro. Alguns membros da administração, disse fonte da estrutura ao JN, manifestaram a sua "grande expectativa face às promessas do Governo" de que, no mês de Setembro, tomaria uma decisão definitiva sobre as linhas em falta, nomeadamente Boavista e Gondomar, bem como sobre o novo modelo de gestão. Ou seja, a Metro está agora à espera do Governo.
Recorde-se que a intenção do Executivo é alterar a composição da empresa e modelo de financiamento, de forma a ficar com a maioria do capital. O argumento, já defendido por socialistas do distrito, é o de que quem paga deve ter o controlo da empresa. As restantes alterações dependem desta primeira. É também até final do mês que o Executivo quer anunciar uma nova administração para ser esta a lançar as novas linhas.
Conforme foi dito ao JN por fontes conhecedoras do projecto, "o objectivo é, até final de Setembro, alterar a estrutura accionista da empresa e anunciar nova administração". E, "mal tome posse a administração", o primeiro passo será avançar com a linha de Gondomar até Rio Tinto. Uma linha que passa junto àiIgreja de Rio Tinto após o centro comercial Parque Nascente e vai depois da zona da estação até à urbanização Cidade Jovem sem passar pelo leito do rio. Assim, entre final de Setembro e princípio de Outubro, os gondomarenses deverão ter boas notícias, havendo o objectivo de anunciar, logo a seguir , a ligação a Laborim.
Os prazos foram indicados na passada semana por membros do Executivo a políticos da região, dependendo agora da aplicação prática do novo modelo de gestão e financiamento. Contudo, confrontado pelo JN, Renato Sampaio, líder do PS/Porto, garantiu "não saber de nada".
Narciso em silêncio
Narciso Miranda foi, recorde-se, o nome apontado pelo Governo para uma nova administração da Metro, em que teria maioria do capital. Falou-se de um modelo semelhante ao das empresas das Águas de Portugal e, dentro deste, do nome de Narciso para um lugar de chefia. Admitindo-se uma administração onde convivam os dois patamares actualmente existentes, a administração poderia ser liderada por um técnico e ter como vice-presidente Narciso Miranda. O ex-autarca de Matosinhos tem se mantido em silêncio no que respeita ao seu futuro profissional. Ausente da reunião de ontem da Metro, tal como o socialista Mário de Almeida, Narciso nada tem dito sobre uma nomeação para a empresa que gere os destinos do metropolitano. Mas, numa entrevista ao JN aquando das eleições para o PS/Porto, justificou a não participação no acto com a perspectiva de ocupar um cargo de "grande visibilidade pública".
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