STCP apresenta resultado líquido negativo de 26.680 milhões de euros, atingindo situação de falência técnica e com recuperação difícil prevista.
Os proveitos operacionais da STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto) no ano de 2007 foram 3% inferiores aos do ano anterior, devido exclusivamente à diminuição das receitas que resultam da prestação de serviços. Os dados foram divulgados esta terça-feira durante a sessão de apresentação do relatório de contas anual da empresa.
A diminuição dos proveitos provenientes da prestação de serviços, que são uma fatia de cerca de 73% do bolo total de receitas, deve-se principalmente a uma quebra da procura resultante da concorrência de outros meios de transportes como o Metro.
Os custos operacionais explicam-se pelo investimento de 23 milhões de euros na nova frota, que conta agora com 80 novos autocarros a gás natural. A remodelação remonta a 1998 e desde então a empresa ja despediu 1.189 trabalhadores que ocupavam empregos agora considerados obsoletos. No ano passado, num esforço de contenção nos custos operacionais, a empresa despediu mais 50 trabalhadores. Quanto aos custos financeiros houve um aumento considerável de 45% que traduz o aumento da dívida de médio e longo prazo, que passou de 111 milhões para 231 milhões.
O ano de 2007 foi um ponto de viragem para a STCP, segundo o relatório de contas. Foram implementadas novas redes de transportes e um novo sistema de venda de bilhetes. Enquanto operador mais importante da Área Metropolitana do Porto, a STCP transporta cerca de 62% dos utentes de transportes públicos. Mais de metade da frota é a gás natural o que resultou numa poupança da 1,8 milhões em 2007 para a empresa e uma diminuição de 10% na emissão de CO2 em relação ao ano anterior.
Prejuízo no serviço social
O insuficiente tarifário social levou a STCP a investir 6,3 milhões de euros. O serviço social consiste nas denominadas linhas Z (serviço nocturno, fins de semana e a rede de madrugada) que apresentam prejuízo. Apesar de a utilização dos transportes públicos na Área Metropolitana do Porto ter crescido 9% nos últimos quatro anos o apoio do Estado continua a ser muito reduzido.
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