segunda-feira, agosto 21, 2006

Porto quer conhecer custos do metropolitano de Lisboa

Diário de Notícias

Alfredo Teixeira
Lisboa, 29.07.06

A Junta Metropolitana do Porto (JMP) vai "pedir contas" ao Governo sobre o metro de Lisboa. Os autarcas do Norte querem saber quais foram os investimentos efectuados e quais os critérios da sua expansão. Esta decisão da JMP tem como objectivo comparar os custos da infra-estrutura no Porto com a sua congénere da capital.

Esta é a resposta da JMP às hesitações do Governo face à construção da segunda fase do metro. Ontem, após a reunião mensal do organismo, Rui Rio, presidente da JMP, afirmou que haverá uma reunião com a empresa do Metro e com os técnicos que elaboraram os dois estudos de viabilidade relativos à segunda fase da rede, entretanto suspensa. O objectivo é, de acordo com o presidente Rui Rio, "questionar para depois se avançar com uma solução política".

Depois, disse Rio, "queremos números relativos ao que tem sido investido. Como o metro de Lisboa tem sido construído, como foi pago e como está a ser feita a sua expansão". É que, segundo o autarca, "nos últimos anos, não há contas publicadas e às vezes fala-se do Metro do Porto como um grande volume de investimento, mas esquece-se o que foi gasto na construção da Ponte Vasco da Gama".

Rui Rio recusa entrar numa guerra de críticas Norte-Sul até porque o metro na Capital "tem de ser maior que o do Porto, já que a cidade é maior e tem mais habitantes", mas considera ser "correcto e justo" que, numa situação análoga, a atenção por parte da administração central seja também idêntica.


O presidente da JMP chama ainda a atenção do poder central para o problema das indemnizações compensatórias que "devem ser feitas no Porto como em Lisboa" - ainda que também aí o apoio social do Estado deva ser maior - para não pôr em causa a viabilidade financeira das empresas.

Rui Rio recorda que, até ao momento, o financiamento do Estado ao metro do Porto com verbas a fundo perdido "foi quase nada". Do Fundo Europeu do Desenvolvimento Regional (FEDER) "veio muito pouco e o resto é o empréstimo bancário conseguido através do Governo". Recorde-se que o Ministério das Obras Públicas comprometeu-se a dar uma resposta em Setembro quanto aos projectos da segunda fase. Os estudos, um encomendado pelo Governo e outro pela empresa, são praticamente coincidentes quanto às prioridades dos projectos, surgindo a ligação a Gondomar à frente, embora ainda com traçado por definir.

Para 2007/2013, a JM do Porto tem ainda como prioridades atrair novas actividades e empresários, reforçar a mobilidade, assegurar a sustentabilidade energética e ambiental, promover a requalificação urbana e a coesão social.

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