quinta-feira, abril 27, 2006

Prejuízo continua a subir no elevador dos Guindais

Jornal de Notícias

Hugo Silva, Fernando Timóteo





Funicular dos Guindais, que liga as zonas da Ribeira e da Batalha, no Porto, soma prejuízos. Durante o ano passado, a situação do equipamento, da responsabilidade da Empresa do Metro, agravou-se a receita por cada lugar/quilómetro oferecido foi de 27,81 cêntimos, mas a despesa foi de 71,78 cêntimos (mais 44% do que em 2004); a receita por cada passageiro quilómetro foi de 2,20 cêntimos, mas a despesa foi de 5,22 cêntimos (mais 35% do que em 2004).

E só os turistas - os picos de validações registam-se nos meses de Verão e aos fins-de-semana e feriados - servem para equilibrar, um pouco, as contas.

Na maior parte das viagens - e durante 2005 foram efectuadas 35425 - os veículos seguem com pouco gente. Ou mesmo vazios.

Ainda assim, o elevador continua a ser um meio de transporte privilegiado para quem mora ou trabalha nas imediações. "Uso-o todos os dias. Como moro em Faria Guimarães, venho de metro e, depois, apanho o elevador para a Ribeira, onde trabalho como cozinheira", explicou Fátima Gomes, lamentando, apenas, que o serviço não funcione até mais tarde. "Quando saímos mais tarde, à noite, temos de ir a pé... Ainda é um pedaço", desabafou.

"Quando não havia elevador, tinha que usar as escadas dos Guindais", recordou, por sua vez, Margarida Barros. Entrou no funicular na Batalha e foi a única passageira a efectuar a viagem descendente. Foi ao banco e, como demorou menos de uma hora, ainda pôde utilizar o mesmo andante que usou na viagem de ida. "Para fazer estas coisas rápidas vale a pena. Caso contrário, é um bocado caro", sustentou a moradora dos Guindais, admitindo que são principalmente os turistas a usar o funicular. Mas não só. "Faz muito jeito para vir ao centro de saúde, sobretudo para os idosos ou para quem, como eu, tem crianças pequenas", acrescentou Margarida Barros, de 23 anos, e com três filhos um com cinco anos, outro com dois e o terceiro com um.

"Moro na Ribeira, mas é raro usar o elevador, porque o meu emprego fica a 15 ou 20 minutos a pé. Só utilizo quando está a chover", referiu Lúcia Arruda, açoreana, mas a viver há alguns meses no Porto, depois de seis anos a trabalhar em Lisboa.

Sem comentários: