Jornal de Notícias
faria guimarães Comerciantes e moradores não se livram das obras Agora são as de requalificação
Há quatro anos que são "vítimas" das obras do metro. Das insónias colectivas por causa do ruído, do pó, da lama, dos acessos cortados, dos passeios esventrados, das máquinas à porta das casas e das lojas. O horizonte para os moradores e comerciantes das ruas de Faria Guimarães, Paraíso e Fonseca Cardoso, no Porto, pouco tem mudado. Agora, é a vez da empreitada de requalificação urbana da zona. Começou em Janeiro.
"Temos sido massacrados. É certo que estas obras são para melhorar, mas o problema é que ninguém nos paga os prejuízos", lamenta Manuel Ribeiro, proprietário de um automercado em Faria Guimarães, sublinhando as dificuldades que tem sentido nas cargas e descargas, os problemas de estacionamento e as restrições nos acessos para os clientes.
"Em vez de irem abrindo os buracos aos poucos, abrem tudo de uma vez", comentou, lembrando que os moradores daquela artéria, num passado menos recente, foram martirizados com a construção do túnel rodoviário.
Delfim Carneiro, morador, já quase perdeu a conta ao tempo que já passou desde o início da intervenção da Metro. "Começaram a escavacar isto em 2001... ou em 2002... Os problemas começaram logo que avançaram com os desvios das infra-estruturas. Depois, foram obras em cima de obras" , afirmou, recordando as acções de protesto que foram sendo feitas, em particular contra o barulhos dos trabalhos nocturnos.
"Vai valer a pena"
Inconformado com as consequências das obras, Luís Trindade, responsável por uma lavandaria, chegou a enviar uma carta à Metro do Porto a dar conta dos transtornos e a perguntar por eventuais ressarcimentos. Resposta não estão previstas quaisquer indemnizações e "o projecto de execução está devidamente articulado com a Câmara do Porto".
"Os carrinhos de crianças não passam no passeio, os meus clientes não podem vir cá trazer as alcatifas ou os edredões e há pessoas de idade que têm dificuldades em movimentar-se", enumerou o comerciante.
Aníbal Pacheco, outro morador, admitiu os "incómodos", principalmente o ruído, mas pôs alguma água na fervura, acreditando em dias melhores, a curto prazo. "Isto é um mal necessário. Já vi o mapa da obra e acho que vai ficar muito bem. Os passeios mais largos. Vai valer a pena o sacrifício".
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