quinta-feira, março 02, 2006

Metro do Porto dá ganho mensal de 140 euros

Correio da Manhã


António Nogueira da Costa, director de MBA da Escola de Negócios da Caixa de Aforros de Vigo, Ourense e Pontevedra e empresário, falou ao 'CM' sobre o impacto do metro do Porto na região.




Correio da Manhã – Qual o impacto do metro do Porto na região?

António Nogueira da Costa – Numa perspectiva terra a terra, analise-se o impacto numa família típica dos arredores do Porto: habita a cerca de 15 quilómetros e inclui uma pessoa que se desloca diariamente de viatura para a cidade. Esta pessoa, ao optar pelo metro, sentirá algumas alterações, de que sobressai mensalmente a redução de gastos de 210 euros e um aumento de 34 euros do passe.

– Quer dizer que o metro proporciona um ganho efectivo a quem o utiliza?

– Sim, e o impacto é superior se se atender a que muitos passageiros do metro portuense criaram novos hábitos de leitura nas suas deslocações, recorrendo a literatura gratuita ou paga (estimo um gasto mensal de 36 euros) incrementando o consumo, mas mantendo um ganho mensal de 140 euros, que poderá canalizar para um PPR (1680 euros por ano).

– Então, o metro justifica-se, essencialmente, por razões económicas?

– A componente económica é a mais fácil medição. Uma outra evidência relaciona-se com o cumprimento do horário, permitindo ao viajante prever melhor a sua disponibilidade para estar a horas no emprego, chegar a casa, ir ao ginásio, etc. Com este ganho pessoal de predisposição, provocado pela serenidade e satisfação da viagem de metro, em detrimento do stress da condução no tráfego, a pessoa alcança ganhos de produtividade, além de melhorar as condições daqueles que ainda privilegiam o veículo. Neste contexto, considero que as famílias incrementam a sua qualidade de vida e contribuem para a competitividade do País.

– Esta abordagem não é muito rebuscada?

– É um desafio para que outras pessoas desenvolvam um modelo que analise várias componentes, como a produtividade, consumo, poupança e qualidade de vida pessoal e social, e este repto é passível de integração numa das acções do plano tecnológico em curso. As mudanças são reais, pelo que incito as pessoas a gozarem da viagem de metro do Porto.

Sem comentários: