Jornal de Notícias
Hugo Silva
Opresidente da Comissão Executiva do Metro do Porto, Oliveira Marques, defendeu a necessidade de implementar descontos nos bilhetes para desempregados. O tarifário social do título andante deverá entrar em vigor até ao início de Maio, mas só prevê reduções para estudantes, reformados e crianças. "Vamos sentir a necessidade de incluir o segmento dos desempregados. Não sei qual será a solução, mas temos de a encontrar, ou o metro tornar-se-á num factor de exclusão social e isso não pode acontecer", subinhou Oliveira Marques, na sessão de apresentação de um estudo sobre o perfil do utente, no qual foi revelado que a maioria dos clientes são mesmo pessoas das classes mais elevadas (média, média alta e alta).
O presidente da Comissão Executiva da Metro do Porto revelou, ainda, a necessidade de alterações ao tarifário, nomeadamente com a criação de mais títulos e a adopção de maior flexibilidade. No fundo, fazer com que os clientes "só paguem aquilo que, de facto, utilizam". Exemplo disso é a assinatura mensal, conforme explicou OliveiraMarques mesmo que o cliente não use o metro durante alguns dias, paga como se efectuasse as viagens.
Ainda assim, o responsável lembrou os dados do inquérito (elaborado pelo Instituto para o Desenvolvimento e Investigação em Marketing), que indicam a economia de dinheiro como um dos principais factores que levam as pessoas a optarem pela utilização do metro (logo a seguir à rapidez). Mas se a rapidez, a pontualidade e a frequência de passagem dos veículos são os pontos fortes do serviço apontados pelos utentes, somaram-se as queixas relativas às condições das estações de superfície.
"São desconfortáveis"
"A solução não é feliz. As estações de superfície podem ser muito bonitas, mas não são funcionais. São desconfortáveis e, num caso, as máquinas de validação estão escondidas", concordou Oliveira Marques. "É o perigo de nos submetermos à ditadura dos arquitectos", sustentou, referindo que os projectistas deverão ter maior "flexibilidade" para conjugar a estética com a funcionalidade.
"Alguma coisa tem de ser feita", continuou, admitindo que será necessária uma rectificação ao projecto original das estações.
E em vias de conclusão estão os trabalhos de rectificação (recuo) do muro da Escola Superior de Enfermagem do Porto, tendo em vista a abertura da Linha Amarela até ao S. João.
Segundo Oliveira Marques, a operação comercial até ao hospital deve avançar já na próxima sexta-feira. O dia em que os veículos também começarão a tranportar passageiros entre o Fórum da Maia e o ISMAI. A Linha Verde, por agora, fica completa, uma vez que ainda não há autorização do Governo para a duplicação da via até ao concelho da Trofa. "A operação na Linha Verde, até ao ISMAI, deverá arrancar às 16 horas, sem cerimónia oficial de inauguração", esclareceu Oliveira Marques, sublinhando, porém, que a Câmara da Maia pretende assinalar o momento.
Com a primeira fase da rede quase terminada, Oliveira Marques aproveitou a opinião favorável dos clientes (o índice global de satisfação com o serviço é de 79,3%, subindo 1,5% face ao ano passado) para deixar o desabafo em tom de desafio "Com estas conclusões, o metro sabe a pouco. É natural que as pessoas digam que devia haver mais rede".
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