quinta-feira, março 02, 2006

Metro estimava menos 14 mil carros estacionados em 2004

O Primeiro de Janeiro

Ana Magalhães


A circulação do metro tirou do centro do Porto 2.500 veículos estacionados por dia durante o ano passado. O valor fica longe da estimativa efectuada pela consultora TIS, que apontava para ganhos em estacionamento de 12 mil carros já em 2004 ao longo de toda a rede.


Com a conquista de utilizadores de transportes individuais a Metro do Porto estima que só no ano passado contribuiu para uma diminuição de 2.500 veículos estacionados por dia no centro do Porto. O valor figura do Relatório de Contas de 2005, apresentado pela empresa na semana passada, e ficam aquém da estimativa feita pela empresa Transportes, Inovação e Sistema (TIS), que apontava já para 2004 a poupança de 12 mil carros estacionados em toda a rede. O número previsto para 2012 é de menos 26.551 viaturas estacionadas e em 2022 de 31.665. Em 20 anos de serviço, e sem ter em conta a segunda fase do metro, o objectivo é poupar 263 mil euros em estacionamento.
Os números que constam do Relatório de Contas de 2005 têm em conta que dois terços dos veículos estacionam na via pública numa média 5,5 horas e que cada condutor paga pelo estacionamento 50 cêntimos por hora. Partindo do pressuposto que o metro é actualmente o meio de transporte mais seguro, estima-se ainda que até ao primeiro semestre de 2005 pouparam-se 7,5 milhões de euros em acidentes.
O valor é dado com base na valoração dos custos unitários de cada acidente pelo Instituto Nacional de Estatística e a Prevenção Rodoviária Portuguesa.

Benefícios
Segundo os dados da consultora TIS, até ao primeiro semestre do ano passado a entrada em funcionamento da exploração comercial do metro trouxe uma poupança que ultrapassa os 63 mil euros em benefícios sociais e ambientais. Os parâmetros analisados são sobretudo os ganhos de tempo pelos utilizadores e a diminuição de emissões de poluentes e de ruído. Sem considerar a exploração da segunda fase, a TIS estima que se poupe até três biliões de euros em 2030 em benefícios sociais e ambientais. Nos primeiros dez anos de metro este valor deve rondar os 689 mil euros.
Atendendo aos ganhos de tempo, a consultora prevê que em 20 anos de operação do metro os ganhos de tempo signifiquem uma poupança de 768 mil euros. O cálculo é feito com base nos 3,5 cêntimos por cada minuto ganho aos utilizadores que deixaram de recorrer aos transportes públicos e nos 10,5 cêntimos por cada minuto ganho por clientes oriundos do transporte individual. Na mesma lógica, calcula-se que até 2022 a metro induza a 102 mil euros de ganhos totais em emissões de energia, um valor que se justifica com o aumento de passageiros que deixam de se deslocar em transporte individual.

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2005
Benefícios
Segundo os dados divulgados no Relatório de Contas de 2005, a circulação do metro no Porto no ano passado levou à poupança de:

• dois milhões de horas

• 33 toneladas de monóxido de carbono

• 13 toneladas de hidrocarbonetos

• 160 toneladas de óxidos de azoto

• 11 mil milhões de partículas na poluição do ar

• 3600 toneladas de energia equivalentes a petróleo

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