terça-feira, março 21, 2006

"Projecto do metro do Porto está a mexer e vai ter segunda fase"

Jornal de Notícias

Hugo Silva



O ministro das Obras Públicas, Mário Lino, garantiu, ontem, que a segunda fase do metro do Porto vai avançar e que ainda neste semestre vão existir novidades - "coisas concretas" - sobre a matéria. "O projecto do Metro do Porto vai a meio. Vai haver segunda fase", afirmou o governante, na inauguração do troço final da Linha Vermelha. Mário Lino esclareceu, contudo, que ainda está a ser definido qual será o enquadramento financeiro e empresarial para levar por diante o projecto, deixando antever, de novo, que serão necessárias mexidas na estrutura societária da Empresa do Metro, cuja maioria pertence, actualmente, à Junta Metropolitana do Porto.

"O projecto do Metro do Porto está a mexer, não tem estado parado, e o Governo quer que continue a estar em andamento. Mas isso só acontecerá se houver rigor, planeamento, financiamento garantido e um enquadramento accionista e empresarial adequado", acrescentou Mário Lino.

Repetindo várias vezes o seu "empenho" no desenvolvimento do metro do Porto, Mário Lino anunciou que todas as empreitadas de inserção urbana têm luz verde do Governo para avançar, que a "curtíssimo prazo" vão entrar em vigor os descontos nos passes para reformados (47%) e estudantes (25%) e que a proposta para a compra dos veículos tram-train está a ser apreciada pela administração central.

"Depois de alguns encontros e desencontros, é possível dizer, hoje, que há perfeita sintonia entre o Governo e a Junta Metropolitana. É a garantia de desenvolvimento deste projecto e de que teremos segunda fase [linhas de Gondomar, Boavista, segundas linhas para Gaia e Maia e ligação à Exponor]", sublinhou Valentim Loureiro, presidente da Metro.

"Este projecto estava parado, por um conjunto de indefinições: falta de suporte financeiro, de enquadramento do seu planeamento e por um conjunto de matérias que não estavam resolvidas. Eu entendi que, sem esses problemas estarem resolvidos não era possível avançar. Inicialmente talvez tenha havido alguma incompreensão sobre a postura do Governo, mas hoje toda a gente percebe que um projecto desta natureza só pode ser desenvolvido se houver rigor, se for assegurado o enquadramento financeiro", justificou Mário Lino.

Mário Almeida, presidente da Câmara de Vila do Conde e administrador da Metro do Porto, aproveitou a cerimónia para mandar o recado à Inspecção-Geral de Finanças e ao Tribunal de Contas que consideraram ilegais as obras de inserção urbana levadas a cabo pela empresa. "É de quem não conhece o terreno", referiu, lembrando que aqueles trabalhos passam pela reposição das ligações afectadas pela empreitada de colocação dos carris.

Macedo Vieira, presidente da Câmara da Póvoa, avançou com a necessidade de se estender a Linha Vermelha até à zona de Barreiros, onde seria possível criar um interface, com o terminal de autocarros que já ali existe. Por outro lado, o autarca apelou às entidades responsáveis para que seja implementada uma "política de preços adequada e que afaste injustiças em relação a serviços congéneres, em outras regiões do país". Novo recado para Lisboa.

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