O Primeiro de Janeiro
Eduarda Vasconcelos
Até ao final do corrente semestre, o Governo vai anunciar decisões sobre a segunda fase do Metro do Porto, sendo certo que será para avançar. Na inauguração da linha para a Póvoa de Varzim, o ministro Mário Lino garantiu ainda para breve descontos nos preços.
O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações garantiu ontem que o Governo “quer que o projecto do Metro do Porto continue em desenvolvimento”. Na inauguração de uma das linhas mais polémicas da rede, a ligação entre o Estádio do Dragão e a Póvoa de Varzim, Mário Lino assumiu de forma tácita que haverá uma segunda fase. O governante esclareceu que os problemas do passado com a administração da Metro estão “ultrapassados”, apesar de ter voltado a lembrar que “um projecto desta natureza só pode avançar se for desenvolvido com rigor nomeadamente financeiro”. Neste sentido, o Governo está de momento a promover um amplo estudo que visa apurar sustentabilidades de custo de uma segunda fase de obra. Deste trabalho deverão ainda resultar alterações ao modelo de gestão. Mário Lino adiantou que até ao final do presente semestre surgirão novidades neste âmbito. “Está decidido o caminho”, sintetizou. O presidente do Conselho de Administração da empresa confirmou, à margem da cerimónia, a total sintonia e as tréguas actuais. Valentim Loureiro frisou que existe serenidade na Metro quanto às expectativas para a segunda fase e mostrou concordância com Mário Lino de que “tudo tem de ser bem planeado, com uma estrutura financeira garantida e sem quaisquer dúvidas”. Estima-se que na nova fase do projecto seja englobada a construção das linhas de Gondomar, Boavista - Matosinhos e Hospital de S. João - Maia. O términos da Linha Verde até à Trofa também deverá ter cabimento no plano de obras.
Entretanto, se dúvidas existiam quanto à actual primeira fase e a possíveis transtornos financeiros na conclusão de determinadas empreitadas, elas foram ontem dissipadas. O governante afiançou que a empresa “tem luz verde para prosseguir para que a incomodidade colocada às pessoas tenha o seu fim”. Em causa estão especificamente as designadas obras de inserção urbanística nas quais se inserem situações como a reposição ou a criação de acessos rodoviários.
A primeira fase do projecto do Metro deverá terminar em meados de Junho. Até lá resta concluir a ligação entre Pedras Rubras e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o troço da linha de Gaia até Laborim e o troço entre o Pólo Universitário e o Hospital de S. João.
Preços sociais
A Linha Vermelha entre o Estádio do Dragão e a Póvoa de Varzim iniciou ontem a operação comercial às 15 horas. Tem 33 quilómetros com 34 estações e percorre os concelhos do Porto, Maia, Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa. A nova linha vem introduzir um novo sistema na rede de serviço Expresso que fará uma ligação semi-directa do total do percurso, demorando 53 minutos. No regime normal a viagem dura mais 12 minutos sendo as frequências de 20 minutos. A expectativa da Metro é a redução dos tempos de viagem, o que está previsto ocorrer em meados de 2008 com a entrada em funcionamento dos veículos tram-train. O ministro das Obras Públicas afirmou que a adjudicação da proposta está a ser apreciada em conjunto pelo Ministério que tutela e pelo das Finanças.
Custos atenuados
Na abertura da nova linha do Metro, adivinhavam-se alguns protestos por parte dos utentes que acabaram por decorrer mas de forma quase despercebida. Entre Vila do Conde e a Póvoa de Varzim, um grupo de contestatários empunhava cartazes reivindicativos à passagem do Metro que não parou na estação onde se encontravam. Porém, a comissão acabou por entregar uma carta a Mário Lino, reivindicando melhor tarifário, conforto nas composições e viaturas mais rápidas. A Junta de Freguesia de Mindelo também voltou ontem a contestar a insegurança no canal na passagem de nível da Estação de Mindelo.
A propósito dos protestos, Mário Lino defendeu que por exemplo os preços “não são comparáveis”, acrescentando que “o Andante permite que as pessoas utilizem várias linhas e também a rede da STCP”. Os custos praticados pela Metro do Porto são, aliás, das críticas que mais se têm ouvido, havendo quem os compare com o praticado em Lisboa. A propósito deste tema, o governante anunciou estar já aprovado pelo Governo a introdução de descontos no Andante de 47 por cento para idosos e de 25 por cento para estudantes e crianças, o que entrará brevemente em vigor. “É uma medida justa que se aplica noutros sectores de transportes do País, não havendo razão nenhuma para não se aplicar aqui no Porto”.
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