quarta-feira, março 15, 2006

Metro segue para Norte sem as obras prometidas

O Primeiro de Janeiro

Paulo Almeida



As obras de inserção urbanística nas linhas do metro na zona de Pedras Rubras só estarão terminadas em 2007. A população que participou num plenário anteontem queria conhecer a calendarização das obras, mas ninguém lhes apontou datas. Os munícipes estão revoltados com a degradação urbana.








As obras de inserção urbanística da Linha Vermelha e da Linha do Aeroporto, em Moreira e Vila Nova da Telha, Maia, só estarão terminadas, na melhor das hipóteses, em Janeiro de 2007. Fonte da Metro do Porto, presente anteontem à noite no plenário convocado pelas assembleias daquelas freguesias, revelou que só há cerca de dez dias o Governo deu autorização à empresa para lançar o concurso de realização das obras de inserção urbanística.
A mesma fonte adiantou a O PRIMEIRO DE JANEIRO que a fase de lançamento de concurso, em que serão escolhidas as empresas que vão efectuar a empreitada, demorará dois meses. Por sua vez, as obras de inserção urbanística, que incluem melhoramento de vias alternativas a Pedras Rubras, estão previstas demorar oito meses, o que significa que só estarão terminadas em Janeiro de 2007. As obras de requalificação viária em Moreira e Vila Nova da Telha, que inclui parques de estacionamento e vias alternativas à estação de Pedras Rubras, apresentam alguma complexidade e estão orçadas em mais de 4 milhões de euros.
Todavia, esta informação não foi apresentada às mais de 200 pessoas que anteontem à noite encheram o salão dos Bombeiros Voluntários de Moreira, no plenário convocado em conjunto pelas assembleias das duas freguesias mencionadas. A população mostrou o seu desagrado com a empresa Metro do Porto, criticou duramente os seus representantes ali presentes, os técnicos Luis Meireles e João Rebelo, e acabou por aprovar por maioria uma moção que apela a uma solução de consenso e demasiado branda para alguns ânimos exaltados que se fizeram sentir. A moção diz apenas que se vai “Delegar no senhor presidente da câmara e nos seus técnicos o compromisso de, num curto espaço de tempo, apresentar nesta assembleia a calendarização definitiva da realização das obras, em articulação com as juntas de freguesia respectivas”.
Quem não ficou satisfeito com esta solução foi Albino Maia, o presidente da junta de Moreira, que defendia um possível corte da linha do metro, caso a empresa não efectuasse as obras de inserção urbanística nas freguesias até sábado, altura que em está previsto que as composições do metro passem para Norte de Pedras Rubras, até à Póvoa do Varzim. Albino Maia referiu que as juntas de freguesia foram afastadas do acompanhamento das obras do metro, o que contraria a moção aprovada, e afirmou que “quem vai sofrer na pele são os moreirenses e os vilanovenses”.


Promessas
O plenário convocado pelas assembleias de freguesia de Moreira e Vila Nova da Telha levou mais de duas centenas de pessoas ao salão dos bombeiros maiatos. Bragança Fernandes esteve presente e ficou satisfeito com o resultado da reunião, pois manifestou-se contrário a uma solução mais drástica. No entanto, foi acusado por alguns populares mais exaltados de “já estar tudo combinado” antes da reunião. O autarca fez uma pequena intervenção no início dos trabalhos, manifestando solidariedade com os populares e terminou afirmando que tem a “certeza que a Metro vai cumprir tudo o que prometeu”. As promessas são as obras de requalificação viária de toda a zona, acordadas desde 2000 mas, como é habitual no projecto da Metro, só serão terminadas depois da exploração comercial das linhas.

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